João Pina, o fotojornalista português passou duas noites no edifício em frente, até conseguir a foto que dá rosto à conversa deste domingo. A fotografia é também um convite para a exposição "Face à vida nua" que a partir de dia 9 está espalhada pelas paredes do Museu Nacional de Arte Contemporânea.
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Albéri ensaia o violino durante a hora do almoço, entre latas de tinta. É um dos cento e poucos funcionários do edifício Copan, em São Paulo, onde a primeira vaga da quarentena nos revelou a sintonia da orquestra do "panelaço". Ali, nas janelas do maior edifício residencial da América Latina, batiam-se panelas, fazendo soar o protesto contra a administração Bolsonaro.
Um coro de panelas que contaminou a cidade paulista a partir das oito da noite, num concerto solidário perante a recusa do Presidente em reconhecer o vírus da pandemia.
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João Pina, o fotojornalista português passou duas noites no edifício em frente, até conseguir a foto que dá rosto à conversa deste domingo. A fotografia é também um convite para a exposição "Face à vida nua" que a partir de dia 9, quarta-feira, está espalhada pelas paredes do Museu Nacional de Arte Contemporânea, no Chiado, em Lisboa, reunindo o trabalho de três artistas durante a quarentena: o vídeo de Luciana Fini, os desenhos de Vasco Barata e as fotografias de João Pina.
É a viagem do fotojornalista no Copan, entre Março e Abril, que percorremos já de seguida. Como o próprio nos diz, " é um enorme privilégio usar esta desculpa de ser fotógrafo e poder entrar e documentar a vida destas pessoas". Parte do trabalho foi publicado na revista National Geographic, mas há muitas outras imagens que nos revelam a passagem de João Pina pela cidade desenhada por Oscar Niemeyer. A exposição, dá luz a 41 fotografias. Cada olhar, conta uma história. A máquina dele disparou no edifício-cidade.
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