Um ano depois, o que significa "Je Suis Charlie"? A professora de Ciências de Comunicação Estrela Serrano fala de uma frase com vários sentidos que fica registada.
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Poucas horas depois do ataque à redação do Charlie Hebdo, a 7 de janeiro de 2015, o diretor artístico e jornalista francês Joachim Roncin publicou na página pessoal do twitter a imagem:
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Rapidamente, o slogan "Je Suis Charlie" propagou-se nas redes sociais e nessa mesma noite, numa vigília na Place de la Republique, em Paris, muitas mãos seguravam o cartaz. A frase transformou-se na hashtag (#jesuischarlie) mais partilhada nas redes sociais (cerca de 6500 tweets por minuto) e por todo o mundo tornou-se um símbolo de solidariedade e resistência.
Um ano depois, a professora de Ciências de Comunicação Estrela Serrano fala de uma frase "espontânea", com sentidos vários num determinado contexto, que foi perdendo significado.
Estrela Serrano duvida que a liberdade de expressão tenha sido afetada pelo ataque, a não ser pelo eventual aumento do sentido de autocensura dos jornalistas e dos ilustradores.
Riss é o novo diretor do Charlie Hebdo, que tenta agora manter a vida do jornal. Na capa da edição que chegou às bancas esta quarta-feira, aparece um Deus armado, a correr, com a frase "um ano depois, os terroristas estão ainda em fuga". O Vaticano já reagiu, classificando a capa como "blasfémia".
Riss responde que nem todos os crentes são terroristas, mas que todos os terroristas, atualmente, são crentes.
Há um ano Paris acordou com o massacre na redação do jornal satírico Charlie Hebdo.