A Fatah, partido do presidente da Autoridade Palestiniana, apelou à realização de manifestações na quarta-feira, em Jerusalém e arredores, contra a visita do vice-presidente norte-americano.
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Milhares de palestinianos participaram hoje nos funerais de dois dos quatro palestinianos mortos na véspera por soldados israelitas na Cisjordânia ocupada e na faixa de Gaza, onde dezenas de milhares protestaram contra a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
Mike Pence, que deve visitar o Egito e Israel, anulou a parte palestiniana da deslocação na sequência da recusa de Mahmud Abbas de o receber, em protesto contra a decisão de Trump.
"Apelamos a que se manifestem na quarta-feira nas entradas de Jerusalém e da cidade velha contra a visita do vice-presidente norte-americano e a decisão do presidente Donald Trump", indica num comunicado a Fatah, a principal fação da Autoridade Palestiniana.
Anunciada em 6 de dezembro, a decisão unilateral dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel causou agitação em todo o mundo e manifestações nos territórios palestinianos e em vários países árabes e muçulmanos.
Para os palestinianos, a decisão norte-americana não prejudica apenas o resultado de negociações de paz, que deveriam incluir a definição do estatuto de Jerusalém, mas nega a identidade árabe de Jerusalém oriental, ocupada e anexada por Israel, minando a sua aspiração de estabelecer no local um dia a capital do seu futuro Estado.
Israel ocupa Jerusalém Oriental desde 1967 e proclamou a cidade como sua capital indivisa.
A comunidade internacional nunca reconheceu Jerusalém como capital de Israel, nem a anexação da parte oriental da cidade.
Os países com representação diplomática em Israel têm as embaixadas em Telavive, em conformidade com as resoluções das Nações Unidas, de que o estatuto de Jerusalém terá de ser definido no âmbito de negociações israelo-palestinianas.