João Lourenço regressa a Pequim cinco semanas depois de ter estado na capital chinesa para a cimeira China-África. Agora, já depois de ter assumido a liderança do MPLA.
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O Presidente angolano João Lourenço leva na mala para a China dois grandes objetivos: financiamento e mais (e melhor) investimento, sobretudo à luz da nova lei do investimento privado.
João Lourenço disse, em setembro, querer atrair empresas chinesas para parcerias com empresários angolanos, na partilha de tecnologia e de conhecimento científico e na formação de quadros angolanos.
Fala-se numa nova fase nas relações Angola-China, que passe mais pela fixação de investimento estável e de longo prazo de empresas chinesas - e não tanto por linhas de crédito (que, ainda assim, serão necessárias).
Têm decorrido negociações sobre um novo pacote de empréstimo estimado em pelo menos 10 mil milhões de euros, não sendo claro se esta visita irá resultar num anúncio sobre um novo acordo.
Certo é que os dois lados vão assinar um documento que evita a dupla tributação nas transações comerciais, segundo a agência Lusa, que cita fonte oficial do governo angolano.
João Lourenço tem uma agenda cheia neste primeiro dia de visita, com encontros com o Presidente chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro Li Keqiang. O tapete vermelho vai ser estendido ao líder daquele que é o segundo maior parceiro comercial da China no continente africano.
Representantes da comunidade angolana de Macau esperam que a visita do Presidente angolano a Pequim sinalize uma nova fase nas relações sino-angolanas, com enfoque na procura do investimento mais estável e novas vias de financiamento chinês. Cinco semanas depois do Fórum China-África, o Chefe de Estado de Angola regressa à capital chinesa para uma visita oficial de dois dias, que decorre esta terça e quarta-feira.
"Seria bom que Angola conseguisse assegurar algumas coisas que não conseguiu nos primeiros acordos com a China, nomeadamente, a participação dos quadros angolanos em todos os grandes projetos de infraestruturas", salienta Alexandre Correia da Silva, presidente da Associação Angola Macau (AAM).
Carlos Lobo, que preside à recém-criada Câmara de Comércio de Angola em Macau, antevê que esta visita irá "sinalizar um relançamento da relação com Pequim". Para Carlos Lobo, a China terá a possibilidade de ajudar Angola no processo de recuperação económica, "num momento em que o país tanto precisa".