O presidente para a Europa e para a Ásia da News Corporation, James Murdoch, filho do magnata Rupert Murdoch, anunciou o encerramento do tablóide britânico News of the World, envolvido num escândalo de escutas ilegais.
Corpo do artigo
«Tendo discutido o assunto com colegas em cargos de direcção, decidi que devemos tomar medidas adicionais relativamente ao jornal. A edição deste domingo será a última do News of the World», afirmou James Murdoch numa mensagem à equipa do jornal, divulgada pela NewsCorp.
O News of the World, fundado em 1843 e adquirido por Rupert Murdoch em 1969, era o semanário mais vendido no Reino Unido, com uma tiragem de 2,6 milhões de exemplares.
O encerramento deve-se a uma investigação criminal sobre a intercepção de mensagens telefónicas por pessoas associadas ao News of the World.
Em 2007, um dos repórteres do jornal foi condenado em tribunal por aceder sem autorização ao "voice mail" de políticos e celebridades. No início deste ano, artigos na imprensa norte-americana e britânica revelaram outros elementos sobre as práticas de intercepção de mensagens telefónicas pelo News of the World.
Esta semana, os jornais The Guardian e The Daily Telegraph trouxeram novas revelações de escutas - a familiares de vítimas de ataques terroristas, de vítimas de crimes e de soldados mortos no Afeganistão e no Iraque.
«Pessoas mal intencionadas perverteram uma boa redacção, e este fenómeno não foi bem compreendido nem adequadamente punido» pelo News of the World, disse James Murdoch.
O executivo da NewsCorp acrescentou que o News of the World mentiu quando alegou que «estes problemas se limitavam a um único jornalista».
Murdoch disse ainda que a edição de domingo do News of the World não terá anúncios, e que todas as suas receitas serão doadas a «boas causas».