O Tenente-General Nunes da Fonseca foi nomeado para substituir Rovisco Duarte no cargo, após este ter apresentado a demissão. O anúncio foi feito por António Costa, esta sexta-feira, em Bruxelas, e o primeiro-ministro pretende que o novo chefe de Estado Maior do Exército desempenhe "lealmente as funções".
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Descendente de uma família de militares, José Nunes da Fonseca nasceu em Mafra, em 1961. O Tenente-General foi nomeado para substituir Rovisco Duarte no cargo, após este ter apresentado a demissão.
Nunes da Fonseca estudou no Instituto dos Pupilos do Exército e depois na Academia Militar onde se licenciou, em 1979, em Engenharia, sendo o primeiro aluno destacado do curso.
Esteve colocado na força especial da NATO para o Kosovo, como general-comandante da força logística, em 2011, e na força de estabilização da Aliança Atlântica para a Bósnia-Herzegovina, como oficial de operações, em 1998-1999, tendo ainda integrado o comando da Eurofor em Itália, como adjunto de operações de logística e chefe de secção de procedimentos operacionais.
Em novembro do ano passado foi promovido a tenente general por deliberação do Conselho de Chefes de Estado-Maior, promoção depois aprovada por despacho do Ministro da Defesa Nacional e confirmada pelo Presidente da República.
Nunes da Fonseca foi condecorado duas vezes: em 2002, pelo Presidente Jorge Sampaio, como oficial e, em 2014, pelo Presidente Cavaco Silva, como Grande Oficial.
Tem ainda 23 louvores nacionais e três estrangeiros e cinco medalhas por serviços distintos no grau prata.
Atualmente, José Nunes Fonseca era segundo comandante da GNR.
António Costa anunciou o nome do próximo Chefe de Estado Maior do Exército em Bruxelas
O anúncio da escolha do nome do sucessor de Rovisco Duarte, no cargo de Chefe de Estado Maior do Exército, foi feita ao início da tarde, em Bruxelas. O Tenente-General José Nunes da Fonseca recebeu parecer favorável do Conselho Superior do Exército.
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Esta tarde "vai decorrer um conselho de ministros eletrónico, de forma a, ainda esta sexta-feira, podermos propor ao senhor Presidente da República o nome do senhor tenente general José Nunes da Fonseca, para o exercício das funções como chefe de Estado Maior do Exército", disse António Costa.
Questionado sobre a expectativa em relação ao mandato de Nunes da Fonseca, o primeiro-ministro disse esperar que "desempenhe lealmente as suas funções, que é aquilo com que todos contamos que cada servidor público possa fazer".
Esta semana, o general Rovisco Duarte pediu por carta a Marcelo Rebelo de Sousa que aceitasse a sua saída do cargo, alegando motivos pessoais. Na segunda-feira, João Gomes Cravinho, assumiu funções governativas, como ministro da Defesa.
O nome indigitado pelo governo, após a saída de Rovisco Duarte, acabou por incidir sobre o segundo comandante da GNR. e o "conselho superior do exército acabou de dar por unanimidade o parecer favorável ao nome que tinha sido indigitado pelo governo".
Oficiais das Forças Armadas estão ao lado de José Nunes Fonseca
António Mota, presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas, garantiu à TSF, pouco depois do anúncio, que não havia nenhum nome preferencial para a ocupação do cargo, sendo que o mais relevante nesta altura é recuperar o bom-nome da instituição. "É uma escolha que consideramos positiva. A única coisa que temos a dizer neste momento é desejar-lhe muitas felicidade e, da parte da AOFA, terá toda a colaboração para podermos recuperar bastante da dignidade sobre as Forças Armadas", disse.
O responsável recorda que Nunes da Fonseca toma possa "numa altura em que as Forças Armadas estão a atravessar um momento que não é fácil", o que leva a uma necessidade de reforçar o apoio.