A jovem ativista paquistanesa, Malala Yusufzai, atingida a tiro por talibãs, passou uma «boa noite» no hospital inglês de Birmingham, indicou hoje o estabelecimento, onde desconhecidos tentaram aproximar-se da adolescente fazendo-se passar por familiares.
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Malala Yusufzai, de 14 anos, chegou segunda-feira do Paquistão num avião especial e deu entrada na unidade de cuidados intensivos do hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, especializado no tratamento dos soldados feridos no Afeganistão.
A adolescente, atingida na cabeça e no ombro, foi examinada por vários especialistas e «passou uma boa noite», informou o hospital.
«Estamos satisfeitos em ver os progressos que já fez», sublinhou Dave Rosser, médico-chefe do hospital, adiantando que Malala precisará de cirurgia de reconstrução.
Durante esta madrugada, visitantes que se fizeram passar por familiares da adolescente foram afastados do hospital, indicou a direção do estabelecimento, assegurando não «haver preocupação» com a segurança da jovem.
«Não pensamos que a sua segurança esteja minimamente em perigo», disse Rosser. «Pensamos que eram curiosos. Não conseguiram ir muito longe» no hospital, adiantou.
Birmingham tem uma comunidade paquistanesa de cerca de 100 mil pessoas.
Malala Yusufzai, que milita pelo direito à educação das raparigas, foi ferida a 9 de outubro em Mingora, principal cidade do vale de Swat (noroeste do Paquistão).
O ataque foi reivindicado pelo Movimento dos Talibãs do Paquistão, aliado da Al-Qaida, que justificou o ataque com o «papel pioneiro» de Malala na defesa da educação das raparigas e com as críticas que fez contra os talibãs.