Jovens protestam com violência depois de naufrágio matar 30 na República do Congo
Jovens enfurecidos destruíram na madrugada de hoje vários edifícios públicos na capital da República do Congo na sequência da morte de pelo menos 30 pessoas durante o naufrágio de um navio sobrelotado.
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Os jovens «incendiaram os escritórios do responsável pela navegação fluvial e da força naval», contou o porta-voz do governo regional Monulphe Bosso, citado pela agência France Presse.
De acordo com a mesma fonte, tratava-se de «jovens revoltados por terem perdido membros da sua família e que diziam que essa gente [as autoridades] não é rigorosa» com a segurança.
O naufrágio aconteceu na segunda-feira na aldeia Yakusu II, a cerca de 35 quilómetros a norte de Kisangani, terceira maior cidade do país e capital da província de Orientale.
«Registámos 105 sobreviventes e recuperámos 30 corpos. As buscas continuam», afirmou Monulphe Bosso.
A mesma fonte relatou que, inicialmente, segundo o relatório das autoridades, embarcaram 39 pessoas, mas que, ao longo da viagem, entraram mais pessoas na embarcação.
«O barco estava carregado de mercadorias e de pessoas, [num número que ia] além da lotação. A embarcação embateu numa rocha e afundou-se», referiu.
Uma delegação oficial deverá chegar hoje a Isangi, o destino do barco.
Os naufrágios são comuns nos lagos e rios no país face à sobrelotação das embarcações, que não têm as melhores condições, à falta de coletes salva-vida e por muitas pessoas não saberem nadar.
Este mês, na sequência de um naufrágio no lago Tanganica, no sudeste do país, morreram pelo menos 129 pessoas, enquanto, em março, um acidente com um barco no Lago Albert, entre o Uganda e a República Democrática do Congo, provocou 210 mortos e desaparecidos.