Juan Carlos deixou o Palácio de Zarzuela no domingo depois de escrever uma carta ao filho Filipe e passou por Portugal antes de voar até à República Dominicana.
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Juan Carlos decidiu deixar Espanha devido à divulgação de informações sobre alegados negócios ocultos e mudou-se para a República Dominicana. Antes de deixar a Europa, o ex-rei esteve em Portugal para apanhar um voo.
O monarca passou a noite de domingo para segunda-feira em Sanxenxo, na Galiza, um local que conhece bem e onde costuma praticar vela. De acordo com o jornal espanhol La Vanguardia, na segunda-feira de manhã, viajou de carro para a cidade do Porto, onde apanhou um avião para a República Dominicana.
De acordo com o mesmo jornal, o rei emérito vai alojar-se temporariamente em La Romana. Os anfitriões de Juan Carlos serão a família Fanjul, que fez fortuna graças às plantações de açúcar, sendo Pepe Fanjul, que vive em Miami, é amigo pessoal do rei.
Apesar das revelações da imprensa espanhola, até ao momento, a casa real espanhola não anunciou oficialmente o local onde se encontra o monarca.
No domingo o monarca escreveu uma carta ao filho, onde explicava que tinha decidido deixar Espanha para preservar a dignidade e o legado, dadas as consequências que acontecimentos passados da vida privada estavam a ter.
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A decisão do rei emérito Juan Carlos I de deixar a Espanha ocorre após várias semanas de fugas de informação sobre os seus supostos negócios ocultos na Suíça, que o deixaram numa situação de vulnerabilidade.
A situação do ex-chefe de Estado espanhol, já em declínio desde a sua abdicação e posterior saída da vida pública, teve um novo ponto de viragem em 15 de março, quando o rei Filipe VI, seu filho, anunciou que renunciaria à herança do seu pai e lhe retiraria a subvenção pública anual de quase 200.000 euros.
A decisão de Filipe VI foi tomada com base nas informações divulgadas sobre uma investigação à origem de 65 milhões de euros que tinham dado entrada num fundo suíço para a fundação Lucum, com base no Panamá, para determinar se eram comissões pagas pela Arábia Saudita a Juan Carlos, como benefício num processo envolvendo a construção de um comboio de alta velocidade em Meca.
Juan Carlos não revelou para onde pretendia mudar-se, disse apenas que continua à disposição do Ministério Público. Sublinhou ainda que esta decisão foi muito ponderada e tem como objetivo continuar a prestar o melhor serviço aos espanhóis, às suas instituições e ao rei, o filho Filipe.