O juiz espanhol Baltasar Garzón abandonou, esta sexta-feira, a chorar e perante aplausos e gritos de apoio de colegas, o edifício da Audiência Nacional, depois de ser suspenso de funções.
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Vários juízes, como Santiago Pedraz e Fernando Andreu, e funcionários saudaram Garzón, que os abraçou, visivelmente emocionado, antes de sair, a chorar para ser aplaudido por dezenas de pessoas que se concentraram à porta do edifício.
O magistrado foi fortemente aplaudido e ouviu gritos de apoio, como «Garzón, amigo, o povo está contigo».
Minutos antes, Garzón conheceu a decisão do pleno do Conselho Geral do Poder Judicial (CGPJ) que acordou suspender provisoriamente o juiz das funções que ocupava na Audiência Nacional.
A suspensão surge depois de o Tribunal Supremo ter ordenado esta semana a abertura de um julgamento oral contra Garzón, acusado de prevaricação por se ter declarado competente para investigar os crimes do franquismo.
Antes desta suspensão, Garzón tinha solicitado ao CGPJ a sua transferência para o Tribunal Penal Internacional (TPI), depois de ser convidado a ocupar o cargo de assessor do procurador chefe da instituição durante sete meses.
O CGPJ deverá deliberar ainda esta sexta-feira sobre o pedido de Garzón, depois de ter solicitado já pareceres ao Governo, ao TPI e à Audiência Nacional sobre o pedido.