O presidente egípcio deposto chegou esta manhã a um tribunal do Cairo onde ia começar a ser julgado por alegada incitação à morte de manifestantes num protesto junto ao palácio presidencial em 2012.
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O julgamento estava previsto começar esta segunda-feira mas acabou por ser adiado para o dia 8 de janeiro de 2014, adiantou a agência France Presse.
Mohamed Morsi, primeiro presidente do Egito eleito democraticamente, foi destituído e detido pelo exército a 3 de julho, depois de manifestações de milhões de egípcios exigindo a sua demissão.
20.000 polícias foram destacados para segunda-feira para garantir a segurança junto da academia de polícia onde decorrerá o julgamento e no percurso de Morsi entre o local onde está detido e sala de audiências improvisada.
A coligação pró-Morsi anunciou que irá manifestar-se hoje junto ao edifício, na parte sul da capital.
Milhares de islamitas manifestaram-se hoje em várias cidades do Egito em protesto contra o julgamento do presidente deposto Mohamed Morsi, que começa na segunda-feira.
Juntamente com Morsi respondem 14 co-acusados, responsabilizados pela morte de sete pessoas em 05 de dezembro de 2012.
Os últimos meses foram marcados por uma forte repressão dos islamitas egípcios. Mais de 1.000 pessoas foram mortas em confrontos, a maioria apoiantes de Morsi, e cerca de 2.000 islamitas foram detidos, quase todos membros da Irmandade Muçulmana, da qual Morsi foi dirigente e que venceu as legislativas de 2012.
Os militares nomearam um governo interino encarregado de reescrever a Constituição e de organizar eleições legislativas e presidenciais para o início de 2014.