Presidente da Comissão Europeia deixou aviso ao Parlamento britânico.
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O presidente da Comissão Europeia assegurou esta segunda-feira que "não haverá mais oportunidades, nem mais interpretações das interpretações, nem garantias para as garantias" se o parlamento britânico chumbar o Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia.
"Em política, às vezes temos segundas chances. E isso foi o que fizemos hoje. Não haverá mais oportunidades, nem mais interpretações das interpretações, nem mais garantias para as garantias se o Acordo de Saída for chumbado amanhã [terça-feira]", asseverou Jean-Claude Juncker numa conferência de imprensa conjunta com a primeira-ministra britânica, Theresa May, em Estrasburgo, França.
O presidente do executivo comunitário tinha acabado de confirmar a elaboração de um instrumento de interpretação conjunto, vinculativo em termos legais, que providencia "as garantias" reclamadas por Londres, ao mesmo tempo que respeita as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Europeu.
O Reino Unido e a União Europeia emitiram, na noite desta segunda-feira, uma declaração conjunta através da qual procuram persuadir os legisladores britânicos a encontrar, até ao final de 2020, um acordo que evite o backstop - uma fronteira com alto grau de segurança - com a Irlanda, à qual se opõe o parlamento britânico.
Theresa May e Jean-Claude Juncker fizeram saber que o Reino Unido tem que deixar a União Europeia até ao período das eleições europeias, entre 23 e 26 de maio. Caso tal não aconteça, os britânicos terão que eleger, de novo, eurodeputados.
Numa carta dirigida a Donald Tusk, Juncker escreveu: "a saída do Reino Unido deve ser finalizada antes das Europeias, que se realizam entre 23 e 26 de maio deste ano. Se o Reino Unido ainda não tiver deixado a União Europeia nessa altura, é legalmente obrigado a participar nestas eleições."