O presidente da Comissão Europeia declarou hoje em Madrid que não se apercebeu de qualquer «plano diabólico» de Espanha e de Portugal para «derrubar o Governo de Alexis Tsipras».
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Em conferência de imprensa no final de uma cimeira tripartida entre Espanha, Portugal e França, Jean Claude Juncker disse não «se ter apercebido na semana passada que Portugal e a Espanha tivessem um plano diabólico para derrubar o Governo de Alexis Tsipras. (...) Se tivesse tido a impressão de que o Mariano (Rajoy) e o Pedro (Passos Coelho) alimentavam um plano assim tão detestável eu teria agido, mas o que há é boas intenções».
Juncker respondia a uma pergunta dos jornalistas sobre a polémica do passado fim-de-semana, quando Portugal e Espanha fizeram um protesto junto das instituições europeias contra o Governo grego, devido a declarações de Alexis Tsipras, que acusou Lisboa e Madrid de serem os principais opositores do acordo entre Atenas e o Eurogrupo.
A conferência de imprensa da cimeira tripartida sobre um novo plano de interligações energéticas entre a Península Ibérica e a França ficou marcada pela questão grega: quer a polémica em torno do protesto, a eventualidade de um terceiro resgate e mesmo declarações de Jean-Claude Juncker hoje ao jornal espanhol El País, quando admitiu que Portugal e Espanha tinham sido «muito exigentes».
Sobre um eventual terceiro resgate à Grécia, o primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, recusou «fazer cenarizações», recordando apenas que os «países que estão ou estiveram sob assistência financeira» estão nesses programas «porque assim o solicitaram».
Passos Coelho acrescentou ainda que «é aos países que cabe solicitar essa ajuda e essa decisão. Não é aos governos de Portugal, Espanha e França que tem de colocar essa pergunta, mas sim ao Governo grego».