O presidente da Comissão Europeia rejeita nova cimeira europeia para lidar com o problema. "O que precisamos, e que infelizmente ainda não temos, é coragem coletiva para levar até ao fim os nossos compromissos - mesmo quando não são fáceis, mesmo quando não são populares", avisa Jean Claude Juncker.
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Num artigo de opinião escrito para os jornais Le Figaro, de França, e Die Welt, da Alemanha, Jean Claude Juncker lamenta que os estados membros não tenham demonstrado até agora essa coragem. "O que vejo é países a apontarem o dedo - um jogo já estafado que pode ser popular e até dar votos, mas que não resolve nenhum problema".
O presidente da Comissão Europeia rejeita ainda que seja precisa uma nova cimeira europeia para lidar com o problema, pedindo antes que os estados membros passem das palavras aos atos.
O alerta foi deixado no dia em que a chanceler alemã, Angela Merkel, recebe o presidente francês, François Hollande, para discutir, entre outros assuntos, a tragédia das migrações para a Europa.
A Comissão Europeia já considerou a atual crise de refugiados como a maior desde a Segunda Guerra Mundial. Só em julho, a Grécia recebeu 50 mil migrantes, mais do que em todos os meses do ano passado. Itália e Hungria também têm registado valores recorde.
Os líderes europeus já alcançaram um acordo para realojar cerca de 60 mil pessoas, mas a implementação está a ser difícil. Os estados membros têm até dezembro para chegarem a um consenso em relação aos números finais.