O ator não testemunhou pessoalmente, mas foram mostrados pequenos depoimentos em vídeo, de 2015, nos quais negou qualquer contacto com Judy Huth.
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Um júri civil condenou, esta terça-feira, o ator norte-americano Bill Cosby a pagar 500 mil dólares (cerca de 474 mil euros) por ter abusado sexualmente DE uma adolescente de 16 anos, na Mansão da Playboy, em 1975.
Os jurados do condado de Los Angeles, que deram o veredicto a favor de Judy Huth (agora com 64 anos), deram como provado que o ator provocou de forma intencional contacto sexual com Judy Huth. O júri que acredita que o ator sabia que a vítima tinha menos de 18 anos e que a sua conduta foi motivada por interesse sexual.
A decisão do júri é uma grande derrota legal para o artista de 84 anos que já foi aclamado como pai da América.
O ator não se apresentou no julgamento e nem testemunhou pessoalmente, mas foram mostrados pequenos depoimentos em vídeo, de 2015, nos quais negou qualquer contacto com Judy Huth. Bill Cosby continua a negar as alegações.
Os advogados de Bill Cosby concordaram que o artista conheceu Judy Huth durante a rodagem de um filme no sul da Califórnia, em abril de 1975.
A maioria dos jurados aparentemente concordou dando a Judy Huth uma vitória num processo que levou oito anos e superou muitos obstáculos para chegar a julgamento.
O julgamento civil começou em 24 de maio de 2022.
Judy Huth dizia que foi agredida sexualmente pelo ator, que durante anos interpretou o pai ideal no "Cosby Show", quando tinha apenas 16 anos, em 1975, na famosa Mansão da Playboy, em Los Angeles, no estado norte-americano da Califórnia.
A alegada vítima afirmava ter sofrido sequelas psicológicas.
Em 2 de dezembro de 2014, Judy Huth apresentou uma queixa civil, mas o tribunal suspendeu o processo por causa das acusações criminais contra Bill Cosby na ocasião.
A decisão do Supremo Tribunal da Pensilvânia, em seguida, a rejeição de um recurso neste caso à Supremo Tribunal dos Estados Unidos em março de 2022, foi vista por muitos como um desprezo pelo #MeToo contra a violência contra as mulheres.
O Supremo Tribunal da Pensilvânia não desculpou Cosby, mas anulou a condenação por um defeito processual.
O primeiro procurador encarregado do caso de Andrea Constand decidiu em 2005 não processar o Cosby em processos criminais, enquanto o encorajava a testemunhar em processos civis movidos pelo queixoso, o que o ator concordou em fazer.
Durante a audiência, o ator admitiu ter dado um sedativo a Andrea Constand antes de fazer sexo. Segundo Cosby foi consentido, porque Andrea Constand não protestou ou expressou a sua desaprovação, testemunho que foi usado contra o artista no julgamento criminal.