A justiça egípcia anunciou hoje ter prolongado por mais 15 dias a prisão preventiva do Presidente Mohamed Morsi, destituído e detido pelo exército a 03 de julho e acusado de cumplicidade em operações sangrentas no início de 2011.
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Morsi, ainda detido em local secreto pelo exército, foi formalmente acusado de presumível envolvimento nessas operações cuja autoria é imputada ao movimento radical palestiniano Hamas e que visaram as forças de segurança durante a revolta contra o Presidente Hosni Mubarak em 2011.
As acusações incidem em particular sobre a ajuda que o Hamas terá dado a Morsi para se evadir de uma prisão em que o regime de Mubarak o tinha encarcerado no início de 2011.
Um tribunal egípcio tinha decidido a 23 de junho que o Hamas, no poder na Faixa de Gaza, e o movimento xiita libanês Hezbollah estavam envolvidos nesta operação de evasão da prisão de Wadi Natroun, no noroeste da capital.
Na altura, Morsi assegurara que ele e os outros 33 membros da Irmandade Muçulmana com ele detidos não se tinham evadido, mas que "habitantes [lhes tinham] aberto as portas da prisão".
Segundo fontes da segurança, milhares de prisioneiros escaparam aos guardas de Wadi Natroun, dispersando-se pelas cidades e aldeias vizinhas.
Muitos outros dirigentes da Irmandade Muçulmana estão também em prisão preventiva ou são procurados pela justiça egípcia.
Vários altos responsáveis da confraria, entre os quais o seu guia supremo, Mohamed Badie, serão julgados a partir de 25 de agosto por "incitação ao homicídio" de manifestantes anti-Morsi.