Justine Triet, a Palma que fica tão bem em casa
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Uma Palma de Ouro sem controvérsias. Anatomie d'une Chute, de Justine Triet, venceu com pouca contestação, coisa não muito habitual em Cannes. O filme preferido da crítica agradou ao júri presidido pelo sueco Ruben Ostlund. Uma história sobre o lugar da dúvida: uma escritora terá assassinado o marido? A verdade é um lugar estranho neste drama que recusa ser Agatha Christie.
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Depois, um dos outros favoritos: The Zone of Interest, venceu o Grand Prix, o que é o mesmo que dizer que ficou à porta do ouro. Uma visão radical de Jonathan Glazer a filmar a banalidade do mal através de uma família de oficiais nazis nas traseiras de Auschwitz.
Importa ainda celebrar Fallen Leaves, de Aki Kaurismaki, milagre humanista que foi distinguido pelo prémio do júri.
Também premiados o belo e apetitoso La Passion de Dodin Bouffant, de Trân Anh Hùng, um vietnamita a filmar a experiência gastronómica sagrada francesa. Venceu melhor realização e foi um dos prémios mais justos.
A fava da ausência calhou a dois veteranos com filmes superlativos: Nanni Moretti e Marco Bellochio. Não cabem todos, prova de que a competição foi das mais fortes dos últimos anos. Bravo!
