O ex-líder líbio, morto esta quinta-feira, deixou na Caixa Geral de Depósitos 1300 milhões de euros, que representam dois por cento dos depósitos do banco, segundo o Público desta sexta-feira.
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O dinheiro chegou em 2008, depois de um desentendimento entre a família Kadhafi e as autoridades suíças.
O filho mais novo do ex-líder líbio, Hannibal Kadhafi, foi acusado de violência sobre dois empregados e foi preso, bem como a esposa.
Estiveram detidos dois dias e as queixas foram retiradas depois de generosas compensações financeiras, mas o clã não gostou e vingou-se da Suíça retirando o dinheiro do bancos locais.
Foram levantados 7000 milhões de euros e, conta o Público, 1200 milhões vieram para Portugal, depois de contactos do governo líbio com o executivo português de então.
O valor diminuiu ao longo do tempo, mas foi reposto e aumentado, por altura da cimeira UE-África, em Tripoli. Quando a Primavera Árabe estoirou, eram 1300 milhões de euros.
O Público escreve que os depósitos de Kadhafi na Caixa Geral de Depósitos representam dois por cento de todos os que existem no banco público português.
Se for levantado, dizem peritos contactados pelo Público, não fazem cair um banco, mas provocam uma mossa considerável, ainda para mais no momento actual.
O dinheiro, tal como todos os bens líbios ligados ao regime Kadhafi no exterior, estão congelados e, por determinação das Nações Unidas, só poderão ser libertados a favor do novo poder, entregue ao Conselho Nacional de Transição (CNT).
O Público cita fontes que acompanharam todo o processo e que garantem não ter existido até ao momento qualquer pedido de acesso ao dinheiro por parte das autoridades líbias.
Importa dizer que a dimensão dos depósitos portugueses é mínima em relação ao resto do mundo. A última estimativa aponta para 160 mil milhões. Trata-se da 13.ª fortuna soberana do mundo.
A TSF procura ainda confirmar os contornos desta notícia, pedindo comentários à CGD e ao Governo.