O sucessor de Jeremy Corbyn chama-se Keir Starmer e tem pela frente enormes desafios.
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O antigo procurador-geral Keir Starmer foi eleito sucessor de Jeremy Corbyn na liderança do Partido Trabalhista britânico, derrotando Lisa Nandy e Rebecca Long-Bailey na primeira volta.
Starmer ganhou com mais de 50% dos votos na primeira volta, concluindo assim um processo que durou quatro meses, após a renúncia de Corbyn, que se seguiu à derrota eleitoral nas legislativas de dezembro.
O grande desafio do novo líder trabalhista é agora reconquistar a confiança dos britânicos.
Arredado do poder há 10 anos e com mais cinco pela frente, com quatro derrotas eleitorais consecutivas, a última das quais, a pior desde 1935, o partido trabalhista precisa de uma verdadeira lufada de ar fresco.
O tempo dirá se Keir Starmer é apenas uma brisa ou um verdadeiro vendaval capaz de derrubar os conservadores do poder.
Missão difícil, já que nem a crise pandémica, destronou Boris Johnson da liderança das sondagens.
A vitória de Starmer já era esperada. Tinha o apoio da maioria dos núcleos regionais e distritais, do grupo parlamentar, dos principais sindicatos e liderava as sondagens entre os militantes trabalhistas.
Ao fim de três meses de campanha, Starmer herda de Corbyn um partido dividido e enfraquecido mas consciente de que é a única alternativa de governo.
Apesar do grande objetivo ser regressar ao poder, Keir Starmer tem pela frente, grandes problemas internos.
O primeiro é o antissemitismo de alguns dos seus membros, que através das redes sociais e artigos de opinião, várias vezes minaram o trabalho de Jeremy Corbyn.
Por outro lado, Starmer tentará reorientar a ideologia do partido que, na liderança de Corbyn, deu vários passos para esquerda, numa estratégia que não teve os resultados desejados.
O novo líder trabalhista poderá tentar uma reaproximação ao centro, quiçá ao estilo de Tony Blair. Depois, haverá sempre o Brexit que, passada a pandemia, voltará a dominar atenções.
Starmer foi o ministro sombra de Corbyn para a Saída da UE. Europeísta convicto, chegou a defender um segundo referendo.
Tempos que já lá vão... o novo líder trabalhista, agora, dificilmente irá para lá da defesa de uma relação mais próxima com a UE.