Conhecido pelas ligações com a realeza britânica, o círculo eleitoral de Kensington é o mais marginal de todo o Reino Unido. Foi aqui que, há dois anos, os trabalhistas ganharam por uma diferença de apenas 20 votos.
Corpo do artigo
Os voluntários juntam-se três vezes por dia, para bater às portas e fazer campanha. A dois dias das eleições, aparecem dezenas, de cachecol, gorro e autocolantes encarnados na lapela. São voluntários trabalhistas empenhados em reeleger a candidata que, há dois anos, garantiu a vitória mais escassa de todo o Reino Unido. Emma Dent Coad ganhou com uma vantagem de apenas 20 votos.
Agora, de megafone na mão, o organizador do evento distribui instruções, cartazes e moradas, junto ao metro de Holland Park. Entre os voluntários, Maisy, 26 anos, conta que é a primeira vez que está a fazer campanha porta a porta, porque "esta é a eleição mais importante dos anos recentes".
Ao seu lado, Diogo, um português a viver em Londres há 10 anos, justifica o esforço para combater a "Trumpetização de Inglaterra", que se arrisca a ser "um pau mandado dos norte-americanos". Diogo confessa que já pensou várias vezes em sair do Reino Unido, mas tem esperança em Jeremy Corbyn. Por isso, decidiu estrear-se na campanha. "Não consigo concentrar-me em casa e, em vez de estar no Twitter, posso acrescentar qualquer coisa positiva no terreno."
TSF\audio\2019\12\noticias\11\cristina_lai_men_kensington
No dia das eleições, Diogo vai apanhar o autocarro para fazer campanha fora de Londres (no Reino Unido, é permitido fazer campanha no dia da votação). À noite, irá a uma festa das eleições e planeia ficar acordado até às 6h00, a acompanhar a divulgação dos resultados.
Maisy reforça que os voluntários estão mais mobilizados do que nunca. No dia anterior, uma ação de campanha em Putney terá juntado entre 700 a 800 voluntários.