Ministério Público turco ouve funcionários do consulado devido a morte de jornalista
Jamal Khashoggi desapareceu no dia 2 de outubro depois de ter entrado no consulado saudita em Istambul.
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O Ministério Público turco recolheu, esta sexta-feira, os testemunhos de mais de uma dezena de funcionários turcos do consulado da Arábia Saudita em Istambul, no âmbito da investigação do desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi, noticiaram os media locais.
As autoridades turcas ouviram um total de 15 funcionários turcos do consulado saudita, precisou o canal de televisão privado NTV.
Entre os funcionários ouvidos constam o motorista do consulado, técnicos e contabilistas, avançou, por sua vez, a agência noticiosa estatal Anadolu.
Durante esta semana, e também no âmbito desta investigação, as autoridades turcas realizaram buscas nas instalações do consulado da Arábia Saudita e na residência do cônsul saudita.
O jornalista saudita Jamal Khashoggi, que estava exilado nos Estados Unidos desde 2017 e era um reconhecido crítico do poder em Riade, desapareceu no passado dia 2 de outubro depois de ter entrado no consulado saudita em Istambul, Turquia, para tratar de questões administrativas.
Um jornal turco pró-governamental revelou esta semana ter gravações de áudio realizadas no interior do consulado, avançando que Jamal Khashoggi, colaborador do jornal norte-americano The Washington Post, tinha sido torturado e desmembrado por agentes sauditas no mesmo dia do seu desaparecimento.
A Arábia Saudita nega qualquer envolvimento no desaparecimento do jornalista, adiantando que ele deixou a missão diplomática pelo próprio pé. No entanto, Riade não apresentou qualquer prova que sustente tal teoria.
Uma fonte turca, que falou sob anonimato, disse hoje que as autoridades turcas estão a investigar a possibilidade de os restos mortais do jornalista saudita terem sido enterrados numa floresta da Turquia, local ao qual, na quinta-feira, foram alargadas as buscas.