Polícia admite que restos mortais de jornalista assassinado tenham sido enterrados
Jornalista saudita era conhecido como uma das vozes mais críticas da monarquia do seu país. Desapareceu no dia 2 de outubro, após entrar no consulado da Arábia Saudita em Istambul.
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As autoridades turcas investigam a possibilidade de os restos mortais do jornalista saudita Jamal Khashoggi, supostamente assassinado no consulado de Riade em Istambul, terem sido enterrados numa floresta da Turquia, disse uma fonte oficial.
A fonte turca, que falou sob anonimato, disse também à agência Associated Press que os dois veículos que abandonaram o edifício no dia 2 de outubro, dia do desaparecimento de Jamal Khashoggi, pertencem ao consulado da Arábia Saudita.
Uma das furgonetas dirigiu-se para a floresta de Belgrade, nos arredores de Istambul, enquanto a segunda carrinha foi conduzida em direção à cidade de Yalova.
Desconhece-se por enquanto se a polícia já procedeu a buscas nos dois locais.
Entretanto, a imprensa da Turquia refere, esta sexta-feira, que os médicos legistas analisaram uma furgoneta, propriedade do consulado saudita, que pode ter servido para transportar os restos mortais de Khashoggi.
Os investigadores procederam à análise do veículo, uma furgoneta Mercedes Vito com matrícula do consulado da Arábia Saudita e que é vista nas imagens captadas pelas câmaras de vigilância datadas do dia 2 de outubro.
Duas horas depois da entrada de Khashoggi no edifício, o veículo abandonou o edifício e dirigiu-se para a residência do cônsul-geral saudita que fica localizada a 200 metros do consulado.
De acordo com as mesmas notícias dos jornais turcos, as forças de segurança estão também a investigar outros veículos que pertencem ao consulado.
Abdulhamit Gul, ministro da Justiça turco, disse na quinta-feira que o governo espera "para breve os resultados da investigação" tendo justificado os atrasos devido às dificuldades relacionados com o acesso aos edifícios diplomáticos sauditas.
Khashoggi, jornalista saudita residente nos Estados Unidos desde 2017 é apontado como uma das vozes mais críticas da monarquia saudita.
Jamal Khashoggi, 60 anos, entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul no dia 2 de outubro para obter um documento para casar com uma cidadã turca e nunca mais foi visto.
De acordo com notícias que foram publicadas na Turquia e nos Estados Unidos, as autoridades turcas têm provas de que o jornalista foi torturado e assassinado no consulado. Trump já reagiu e admite que o jornalista pode ter sido assassinado.