UNESCO condena "brutal assassínio" de jornalista saudita e pede responsabilização
"O assassínio de Jamal Khashoggi recorda-nos que temos de lutar pela liberdade de imprensa, porque é essencial para a democracia", disse a diretora-geral da UNESCO em comunicado.
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A diretora-geral da UNESCO, a francesa Audrey Azoulay, condenou este sábado "com firmeza" o "brutal assassínio" do jornalista saudita Jamal Khashoggi, após a Arábia Saudita ter reconhecido a morte jornalista no seu consulado em Istambul.
"O assassínio de Jamal Khashoggi recorda-nos que temos de lutar pela liberdade de imprensa, porque é essencial para a democracia", disse Azoulay em comunicado.
A responsável considerou que a responsabilização dos culpados "não é negociável" e instou as autoridades sauditas a levarem a cabo uma investigação profunda e a conduzirem os responsáveis à justiça.
A organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) recordou que promove a segurança dos jornalistas através de uma tomada de consciência a nível mundial sobre a sua profissão e de medidas concretas como o plano de ação da ONU sobre a segurança dos jornalistas e a questão da impunidade.
Estas declarações surgem após a Arábia Saudita ter reconhecido que o jornalista saudita foi morto no seu consulado em Istambul, na Turquia, durante uma luta, referindo que 18 sauditas estão detidos como suspeitos.
Também o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, declarou estar "profundamente preocupado com a confirmação da morte de Jamal Khashoggi".
De acordo com um comunicado divulgado pela ONU, António Guterres aponta para a "necessidade de uma investigação rápida, completa e transparente sobre as circunstâncias da morte" de Jamal Khashoggi.
"Os responsáveis são totalmente responsáveis" pelas suas ações, acrescentou o secretário-geral das Nações Unidas.
Khashoggi, jornalista saudita residente nos Estados Unidos desde 2017, era apontado como uma das vozes mais críticas da monarquia saudita.
Jamal Khashoggi, 60 anos, entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul no dia 02 de outubro para obter um documento para casar com uma cidadã turca e nunca mais foi visto.