Kiev ordena evacuação de várias localidades em Sumi por temer ataque de grande envergadura no nordeste
Pelo menos 213 localidades da região já foram objeto de ordens de evacuação. A administração regional de Sumi argumenta que a decisão foi tomada "tendo em conta a ameaça constante à vida dos civis"
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As autoridades de Sumi, uma região do nordeste da Ucrânia na fronteira com a Rússia, ordenaram este sábado a evacuação obrigatória de 11 localidades devido a bombardeamentos, com Kiev a recear uma ofensiva russa na zona.
“Esta decisão foi tomada tendo em conta a ameaça constante à vida dos civis devido ao bombardeamento das localidades fronteiriças”, declarou a administração regional de Sumi.
Algumas das aldeias estão próximas da fronteira com a Rússia.
Pelo menos 213 localidades da região já foram objeto de ordens de evacuação, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
As autoridades regionais não mencionaram o receio de um ataque russo, mas Moscovo tem reivindicado a responsabilidade pela tomada de povoações na região nas últimas semanas.
O Ministério da Defesa russo anunciou este sábado, num comunicado de imprensa, que tomou Vodolagy, perto da fronteira russa na região de Sumi, e a tomada de Novopil, na região de Donetsk, a leste.
No início da semana, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que Moscovo estava a reunir mais de 50 mil soldados perto da região de Sumi, em preparação para uma possível ofensiva.
A maior parte dos combates concentra-se atualmente no leste da Ucrânia, em particular na região de Donetsk, embora os soldados estejam também a combater no sul e na região de Kharkiv (nordeste).
O Exército ucraniano, que está em inferioridade numérica e de armas, receia um novo ataque de grande envergadura que poderá sobrecarregar os seus recursos.
O porta-voz do serviço estatal da guarda fronteiriça, Andriy Demtchenko, disse à televisão ucraniana na quinta-feira que a Rússia tinha reunido forças suficientes perto de Sumi para “tentar um ataque”.
Segundo Demtchenko, o reforço começou quando as forças de Moscovo estavam a combater os soldados ucranianos na região russa de Kursk, que fica em frente a Sumi. O Exército ucraniano lançou ali uma ofensiva surpresa em agosto de 2024, num episódio embaraçoso para o Kremlin (presidência russa). Mas, desde então, perdeu quase todo o território que controlava e a Rússia afirma tê-lo expulsado completamente.
As duas partes continuam a anunciar ataques mútuos, apesar dos esforços diplomáticos para uma possível nova ronda de negociações diretas na segunda-feira na cidade turca de Istambul.
A Ucrânia anunciou este sábado que a Rússia lançou cinco mísseis e 109 drones contra várias regiões do país.
As forças de defesa ucranianas conseguiram neutralizar três mísseis e 69 drones, segundo um comunicado militar citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Um dos mísseis matou uma menina de 9 anos na região de Zaporijia, e um jovem de 16 anos ficou ferido, segundo o governador local, Ivan Fedorov.
“Uma casa foi destruída. A onda de choque da explosão também danificou várias outras casas, carros e anexos”, escreveu Fedorov nas redes sociais, segundo a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).
Moscovo não comentou este ataque.
Do outro lado, o governador de Kursk anunciou este sábado que 14 pessoas ficaram feridas em ataques de drones ucranianos durante a noite.
Todos os feridos, um dos quais se encontra em estado grave, foram hospitalizados, precisou Alexandr Khinshtein nas redes sociais, segundo a agência noticiosa espanhola Europa Press.
Em fevereiro de 2022, a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e ocupa atualmente cerca de 20% do país vizinho.
A guerra já custou dezenas de milhares de vidas civis e militares de ambos os lados.
