Kim Jong-un termina visita à Rússia e regressa à Coreia do Norte com presentes bélicos
Esta foi a visita ao exterior mais longa que o líder da Coreia do Norte fez desde que começou a governar, em 2011.
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O líder da Coreia do Norte deixou este domingo a Rússia depois de uma visita oficial de cinco dias. Kim Jong-un partiu esta manhã no seu comboio blindado privado da região russa de Primorie, que faz fronteira entre os dois países. A despedida decorreu na gare Artiom-Primorsky-1 e teve direito a guarda de honra e orquestra militar.
De acordo com o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, não foi assinado qualquer acordo de cooperação entre os dois países, mas o líder norte-coreano não regressa a casa de mãos a abanar: segundo a agência de notícias russa Tass, Kim Jong-Un recebeu cinco drones "kamikaze" explosivos, um drone de reconhecimento, um colete à prova de balas e "roupas especiais não detetáveis por câmaras térmicas", oferecidos pelo governador da região de Primorie.
No sábado, o líder norte-coreano e o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, discutiram o reforço da "coordenação estratégica e tática" dos exércitos dos dois países, depois de Kim ter inspecionado bombardeiros estratégicos e mísseis hipersónicos russos.
Sergei Shoigu expressou "vontade de aprofundar ainda mais a amizade e a cooperação entre os ministérios da Defesa dos dois países", enquanto o homólogo norte-coreano, Kang Sun-nam, falou em "reforçar ainda mais a unidade e a cooperação com o exército russo e salvaguardar de forma responsável a paz e a estabilidade regional e mundial".
O líder da Coreia do Norte encontrou-se com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, na quarta-feira em Vostotchny, a cerca de oito mil quilómetros este de Moscovo. O teor da conversa não foi tornado público, mas depois da reunião Kim Jong-un mostrou-se confiante na vitória da "Grande Rússia" na Ucrânia.
A visita de Kim levantou suspeitas sobre a intenção de Putin em comprar armas a Pyongyang. Washington já advertiu Pyongyang que vai sofrer consequências se contribuir para o esforço de guerra da Rússia na Ucrânia.