O antigo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, anunciou hoje, em Genebra, um governo de transição para a Síria, que deve juntar membros da oposição e do atual governo.
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O grupo de ação para a Síria, que hoje esteve reunido em Genebra, chegou a acordo sobre os princípios e as diretrizes para uma transição naquele país, anunciou Kofi Annan, citado pela agência de notícias francesa, France Press.
A declaração do mediador da Organização das Nações Unidades (ONU) e da Liga Árabe para a Síria foi proferida no final da reunião daquele grupo, em que Kofi Annan leu um comunicado que refere que o governo de transição pode incluir membros do atual executivo.
Os participantes na reunião identificaram ainda as medidas e as ações a adotar pelas partes de modo a garantir a aplicação completa do plano em seis pontos assim como as resoluções 2042 e 2043 do Conselho de Segurança da ONU.
Este plano, composto por seis pontos e adotado pelo Conselho de Segurança da ONU em abril, previa, entre outras medidas, um cessar-fogo a partir de 12 de abril último que nunca foi respeitado nem cumprido.
O governo transitório exercerá o poder executivo, poderá incluir membros do Governo atual e da oposição assim como de outros grupos e deve ser formado com base no «consentimento mútuo», sublinhou Kofi Annan.
«Duvido que os sírios escolham pessoas com as mãos manchadas de sangue para os dirigir», precisou Annan, numa conferência de imprensa.
Questionado sobre o futuro do presidente sírio Bashar al-Assad, Annan disse que «o documento é claro em relação às diretrizes e aos princípios que assistem às partes sírias para que avancem no processo de transição, estabeleçam um governo de transição e efetuem as mudanças necessárias».
«O futuro de Bashar al-Assad é da sua responsabilidade», acrescentou.
O grupo de ação para a Síria reúne chefes de diplomacia dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - EUA, China, Rússia, França e Grã-Bretanha - e países representantes da Liga Árabe, como o Iraque, Koweit e Qatar, da Turquia e os secretários-gerais da Liga Árabe e da ONU assim como o Alto Representante para os Negócios Estrangeiros da União Europeia.
Em mais de 15 meses de revolta, a repressão e os combates armados na Síria já fizeram perto de 15.800 mortos, na maioria civis, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).