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Estas eleições foram impostas pelo fracasso em várias tentativas de formação de um Executivo com maioria parlamentar
As mesas de voto abriram às 06h00 (hora de Lisboa) no Kosovo, onde dois milhões de eleitores são chamados a eleições antecipadas para resolver a paralisia política resultante das legislativas em fevereiro, que não permitiram a formação de governo.
A votação prolongar-se-á até às 18h00 nos quase mil centros eleitorais do país balcânico, que declarou unilateralmente a independência da Sérvia em 2008.
Embora a maior parte do eleitorado se desloque este domingo às urnas, alguns cidadãos, entre eles presos, pessoas hospitalizadas e emigrantes registados em embaixadas e consulados, já começaram a votar no sábado.
Estas eleições foram impostas pelo fracasso em várias tentativas de formação de um Executivo com maioria parlamentar.
Vetëvendosje («Autodeterminação»), o partido do primeiro-ministro em funções, o nacionalista Albin Kurti, venceu em fevereiro com 48 dos 120 assentos do Parlamento, longe dos 61 necessários para uma maioria, e não conseguiu chegar a um acordo para governar em coligação ou em minoria.
As restantes forças também não conseguiram articular uma alternativa.
A Presidente kosovar, Vjosa Osmani, concedeu por duas vezes o mandato para formar governo à formação de Kurti, mas, perante a falta de parceiros, dissolveu o Parlamento em novembro e convocou eleições antecipadas.
Kurti, cujo segundo Executivo se estendeu entre março de 2021 e março de 2025, exerce desde então as funções como chefe de governo interino.
Quase 20.000 observadores nacionais e internacionais acompanharão o dia das sétimas eleições parlamentares desde a independência, não reconhecida pela Sérvia nem por cinco estados da União Europeia (UE).
As sondagens colocam novamente a «Autodeterminação» na liderança, com entre 50% e 53% dos eleitores consultados, seguida pelo Partido Democrático do Kosovo (PDK) com até 19%, a Liga Democrática do Kosovo (LDK) com até 17% e a coligação AAK-NISMA com até 9%.
Cerca de 20% do eleitorado continua indeciso e a «Lista Sérvia» é a favorita para obter os 10 assentos reservados para essa minoria.
A votação ocorre num quadro de aumento de tensões com a Sérvia desde 2021 e de confrontos de Kurti com a UE e com os EUA, os principais aliados do Kosovo.
Bruxelas e Washington consideram que a política de 'mão-dura' de Kurti para reduzir a influência da Sérvia entre a minoria sérvia do Kosovo aumenta as tensões e, além disso, criticam-no por não ter criado uma prometida comunidade de municípios sérvios, com alguma autonomia.
A UE espera que deste escrutínio resulte um governo disposto a reativar o diálogo de normalização das relações com Belgrado, uma condição para que tanto a Sérvia como o Kosovo avancem num caminho de integração no bloco comunitário.
Em 2023, a Comissão Europeia impôs sanções diplomáticas e congelou fundos para o Kosovo, mas a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, prometeu este mês que a ajuda financeira seria retomada.
