O ministro da Defesa afirma que o Kosovo está a fazer progressos e admite que a presença militar portuguesa pode vir a ser reduzida, nos próximos tempos.
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Um ponto obrigatório na agenda de qualquer ministro da Defesa é uma visita às tropas em missão no estrangeiro por alturas do Natal.
Este ano, o programa de Aguiar Branco foi reduzido, limitado a uma passagem breve por Pristina, no Kosovo.
Estão por lá 184 militares portugueses. Chegaram em Setembro para uma comissão de seis meses, com um Natal pelo meio. No terreno as tropas já trabalham com os blindados Pandur.
A par dos submarinos para a Marinha, os Pandur são o mais polémico investimento em equipamento militar dos últimos anos.
Não pela necessidade de substituir as velhinhas Chaimite, mas pelos erros de projecto, incumprimento nas contrapartidas e atrasos na entrega dos blindados.
O processo acabou com o atual ministro da Defesa a denunciar o contrato com a empresa portuguesa que produz os Pandur.
Esse ponto final chegou já depois de entregues mais de 160 dos 260 blindados encomendados no contrato inicial.
Ao fim de anos a fio de espera, os Pandur chegaram há cerca de um mês ao Kosovo. Estão pela primeira vez num teatro de operações, e o chefe de Estado Maior General das Forças Armadas não podia estar mais feliz.
São seis, estão debaixo de um telheiro, e aquecidos, ligados em permanência à rede eléctrica. Não é um luxo ou o típico cuidado dedicado a qualquer automóvel novo.
É uma exigência das entranhas destes Pandur, dos equipamentos electrónicos que os animam. À distância, sem abrigo e com uma camada de gelo por cima, espreita uma série de velhas chaimite.
O general Luís Araújo diz que as vantagens são óbvias: «A nossa força trabalha melhor com as Pandur do que com as chaimites que já passaram o prazo de validade».
E porque é que só agora chegam ao terreno? O chefe de estado maior general das forças armadas dá uma resposta pragmática: «Só agora foi possível, só agora o exército português tem capacidade para projetar e manter longe do território nacional».
Os novos blindados de transporte de pessoal trazem mais proteção às tropas portuguesas. Luís Araújo recupera uma velha máxima: «Se tivermos baixa que seja por competência do inimigo e não por incompetência nossa».
Jornalista Paulo Tavares viajou a convite do Ministério da Defesa