O procurador-geral da República do Brasil, Rodrigo Janot, acusou Renan Calheiros de lavagem de dinheiro e ainda de receber subornos, no âmbito da Operação Lava Jato.
Corpo do artigo
A acusação apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) envolve também o deputado Aníbal Gomes e diz respeito ao "recebimento de subornos no valor de 800 mil reais [225,4 mil euros] e lavagem de dinheiro mediante doações oficiais da empreiteira Serveng", lê-se numa nota da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em troca, segundo o comunicado, "os parlamentares ofereceram apoio político para manutenção de Paulo Roberto Costa no cargo de diretor de abastecimento da Petrobras e este praticou os atos necessários para que a Serveng participasse em licitações na empresa pública".
De acordo com as investigações, o diretor comercial da Serveng, Paulo Twiaschor, também acusado, fez as doações ao Diretório Nacional do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) em 2010.
O dinheiro seguiu dali para o Comité Financeiro do PMDB no estado de Alagoas e deste para Renan Calheiros, "mediante diversas operações fracionadas, como estratégia de lavagem de dinheiro", lê-se na nota.
A acusação partiu de informações prestadas às autoridades, registos de entradas na Petrobras e quebras de sigilo bancário.
Além da condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro de Renan Calheiros e Aníbal Gomes, a PGR pede a perda das funções públicas e uma indemnização dos danos materiais no valor mínimo de 800 mil reais e de semelhante valor para danos transindividuais causados, equivalente ao valor do alegado suborno.
Para o senador se tornar arguido, é preciso que o STF aceite a acusação e abra uma ação penal.
Esta acusação faz parte de uma das onze investigações que envolvem o senador, sendo a maior parte delas relacionadas com a Operação Lava Jato, que investiga um mega esquema de corrupção em várias empresas, sobretudo na petrolífera estatal Petrobras.