Com os norte-americanos ainda com o massacre de Newtown muito presente, o presidente Barak Obama prepara-se para anunciar que Joe Biden, o vice-presidente, vai liderar o caminho para reformular a política de armas no país.
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Esta nomeação acontece poucos dias depois do próprio presidente ter dito que iria usar toda a influencia da administração para mudar essas políticas e numa altura em que até defensores assumidos do direito constitucional de ter armas admitem que é necessário mudar alguma coisa.
Este é um assunto recorrente nos Estados Unidos, sempre que acontece um massacre, mas desta vez há quem sinta que a situação é diferente.
O subdirector do centro John Hopkins para a política e investigação de armas diz que não sabe porquê, mas desta vez acredita que uma reforma possa avançar.
Seja porque as vítimas são na maioria crianças de 6 e 7 anos, ou porque o país tem um presidente que já não pode ser reeleito, alguma coisa é diferente, mas há muitos obstáculos a ultrapassar.
Na sexta-feira depois da tragédia o porta-voz da Casa Branca disse que Obama estava a ponderar a hipótese de reintroduzir a proibição de venda de armas de assalto, uma proibição que terminou em 2004.
No domingo já em Newtown, o presidente prometeu usar todo o poder que tem para dar os passos necessários que evitem novos massacres.
Também a senadora democrática Diane Feinstein anunciou que vai avançar com uma proposta para proibir as armas de assalto. A ela já se juntou outro senador demcrata Frank Lautenberg.
A maior mudança vem no entanto de alguns democratas que estão na liderança da Associação Nacional de Armas e que começaram a defender mudanças que podem passar por um maior controlo das arma.
Um deles foi o senador Joe Manchin, um democrata conservador da Virgínia e que emitiu um comunicado em que defendia que o massacre de Newtown mudou qualquer coisa. É preciso que todas as opções estejam em cima da mesa. O problema da violência tem que ser travado.
Outro senador democrata Mark Warner também membro da associação escreveu que o que aconteceu na escola mudou todo o jogo.
Mais difíceis de convencer serão os republicanos, o congressista do Texas Louie Gohmert defendeu logo após o massacre que a solução são mais armas e não menos, adiantando que se a diretora da escola tivesse uma arma de assalto teria morto o atacante protegendo as crianças.
A Associação Nacional de Armas é das organizações mais poderosas do país e é um dos maiores contribuintes para a campanha dos republicanos. Só este ano para os candidatos ao senado e congresso doou mais de 634 mil dólares.