Um estudante de 16 anos, acusado e detido em Konya (centro da Turquia) na quarta-feira por "insulto ao presidente" Recep Tayyip Erdogan, foi libertado hoje após o seu advogado ter apresentado uma queixa, informaram os media turcos.
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A sua detenção, a primeira de um menor por este motivo, levantou críticas da oposição, que criticou a «deriva fascizante» do regime islamo-conservador, e deu origem a um clamor nas redes sociais.
O advogado pediu a libertação do estudante até ao julgamento, cujo data ainda não foi definida.
O jovem já se encontrou com os pais, que o esperavam diante do palácio da justiça daquela cidade, um bastião islamita, precisou a televisão CNN-Turquia.
Membro de um movimento de esquerda, o adolescente acusou publicamente Erdogan de «subornos e de corrupção», segundo a justiça.
Interpelado pela polícia na escola e imediatamente apresentado à justiça, o adolescente declarou-se inocente e o seu advogado lembrou que as acusações circulavam livremente nas redes sociais, o que não impediu a detenção do estudante.
O jovem arrisca uma pena de quatro anos de prisão.
A oposição turca acredita que Erdogan (primeiro-ministro de 2003 a agosto de 2014, quando foi eleito presidente) é o responsável máximo de uma suposta rede de corrupção e subornos ao mais alto nível, que levou em dezembro à demissão de três ministros.