A Líbia foi hoje palco de novas violências em Tripoli e em Benghazi, onde um engenheiro francês foi morto a tiro, o que ilustra a anarquia reinante no país desde o fim do regime de Muammar Kadhafi.
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Em Paris, o ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou «o homicídio» do engenheiro francês Patrice Réal e «condenou este ato odioso e cobarde», pedindo que os autores sejam «procurados e condenados rapidamente».
Ao princípio da noite, dezenas de manifestantes invadiram o edifício do Congresso Geral Nacional (CGN) líbio, a mais alta autoridade política do país, no centro da capital, e agrediram deputados.
«Dois membros (do CGN) foram atingidos por tiros quando tentavam sair do local em veículos pessoais», declarou à televisão líbia Al-Nabaa o presidente do CGN, Nuri Abu Sahmein, que apontou o dedo a «manifestantes armados».
O porta-voz do Congresso, Omar Hmidan, disse existirem «vários deputados feridos».
Uma deputada indicou à agência noticiosa francesa AFP que os manifestantes, jovens e na maioria armados com facas e bastões, gritavam: «Demissão, demissão».
Imagens transmitidas pela televisão pública líbia mostravam dezenas de manifestantes a entrar no Congresso, enquanto os deputados tentavam encontrar uma saída para abandonar o local.
Os manifestantes exigem a dissolução do CGN e protestavam contra «o sequestro», por homens armados, de manifestantes que, no sábado, participaram numa concentração.
O CGN desencadeou a fúria de grande parte da população ao decidir prolongar, até dezembro próximo, o seu mandato, que devia terminar no final do mês passado.
Sob pressão da rua, o Congresso decidiu recentemente organizar eleições antecipadas, mas sem marcar uma data.