O chamado relatório Makin concluiu que o arcebispo encobriu alegados crimes cometidos ao longo de décadas pelo falecido advogado canadiano John Smyth
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O arcebispo de Cantuária e líder espiritual da Igreja Anglicana, Justin Welby, admitiu que falhou ao encobrir os abusos sexuais na igreja anglicana, em Inglaterra, e apresentou esta terça-feira a demissão.
Em causa está o chamado relatório Makin que concluiu que a inação do arcebispo permitiu a continuação de alegados crimes cometidos ao longo de décadas pelo falecido advogado canadiano John Smyth.
O relatório independente afirma que John Smyth foi o mais brutal, horrível e reiterado abusador da igreja inglesa. Foram abusos físicos, psicológicos e até espirituais numa tortura permanente. Os crimes foram praticados até morrer, em agosto de 2018.
O documento refere ainda que tudo isto foi possível por inação dos responsáveis anglicanos que criaram uma verdadeira conspiração de silêncio que lhe dava via verde para agir. É aqui que entra o arcebispo de Cantuária. Justin Welby participou nesta conspiração e, na carta de resignação, admitiu que tudo sabia desde 2013 e o abusador poderia ter sido julgado, caso tivesse denunciado o caso às autoridades.
O promotor de acampamentos, que morreu na África do Sul enquanto estava a ser investigado pela polícia britânica, é considerado o pedófilo mais prolífico associado à Igreja de Inglaterra, o berço do anglicanismo no mundo.