O secretário de estado norte-americano, John Kerry, justificou o ataque, dizendo que Mullah Akhtar Mansour era uma ameaça iminente e continua à paz no Afeganistão.
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Os serviços secretos afegãos confirmaram hoje que o mullah Akhtar Mansur, chefe dos talibãs afegãos, foi morto num ataque aéreo com drones das forças norte-americanas no Paquistão.
"O Mullah Akthar Mansur foi vigiado durante um determinado tempo [...] até se tornar um alvo juntamente com outros guerreiros num veículo [...] e ser morto" no Paquistão, afirmou num comunicado a National Directorate of Security.
Esta é a primeira confirmação oficial da morte do Mullah Mansur, que chefiava os talibãs afegãos desde o verão passado depois do anúncio da morte do Mullah Omar, fundador do movimento islamita.
Hoje, o secretário de Estado norte-americano John Kerry confirmou na Birmânia que o Mullah Akhtar Mansur foi alvo de um ataque aéreo norte-americano.
"Mansur era (...) uma ameaça iminente para o pessoal norte-americano, os civis afegãos e as forças de segurança afegãs", declarou John Kerry à imprensa em Naypyidaw, capital da Birmânia, adiantando que "ele se opunha diretamente às negociações de paz".
Os Estados Unidos "sempre defenderam que um processo de reconciliação dirigido pelos afegãos era o meio mais seguro para assegurar a paz [...] a paz é o que nós queremos, Mansur era uma ameaça para isso", adiantou, durante a visita que está a efetuar à Birmânia.
Washington tinha anunciado no sábado que os Estados Unidos tinham "provavelmente" matado num raide aéreo no Paquistão o líder dos talibã afegãos, indo em socorro do governo de Cabul.
O ataque foi efetuado com vários drones (aviões não tripulados) das forças especiais norte-americanas numa zona remota na fronteira do Afeganistão e com o Paquistão, a sudoeste da cidade de Ahmad Wal.
Desde o final da missão de combate da Nato no Afeganistão, as forças norte-americanas têm teoricamente um papel de aconselhamento e de assistência às forças afegãs.
O Mullah Akhtar Mansur assumiu oficialmente a liderança dos talibã afegãos em julho de 2015, tendo sucedido ao Mullah Omar.
Em dezembro de 2015, fontes afegãs e paquistanesas tinham indicado que o Mullah Mansur tinha ficado gravemente ferido ou mesmo morrido numa troca de tiros durante uma reunião de responsáveis talibã no Paquistão. Posteriormente, a morte de Mansur foi desmentida pelo movimento islamita.