Martin Schulz falou aos cerca de 600 delegados do congresso dos social-democratas alemães, pediu que aprovem o acordo com a CDU de Angela Merkel com vista à formação de um governo de coligação.
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O líder do SPD, Martin Schulz, fez um apelo no congresso do partido que decorre este domingo, em Bona, para que os delegados deem o seu aval a negociações formais com a chanceler Angela Merkel, tendo em vista a constituição do futuro governo alemão.
"O SPD deve e será visível, audível e reconhecível... Peço o vosso consentimento para iniciar as negociações ", afirmou Schulz.
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Schulz comprometeu-se a seguir trabalhando para "melhorar" o acordado, com o objetivo de alcançar uma saúde pública mais igualitária e levantar as restrições ao reagrupamento familiar impostas pelo bloqueio conservador, e avançou a sua intenção de "rever" o que for alcançado a meio da legislatura, se governar com Merkel.
O líder também expressou a sua "compreensão" para com aqueles que o repreendem por terem mudado de posição, já que na campanha eleitoral e depois da derrota do SPD, em setembro, disse que pretendia assumir o seu lugar na oposição.
"A Europa está a observar-nos", advertiu Schulz, que insistiu na necessidade de entrar no futuro Governo alemão para promover com a França "as reformas de que a União Europeia/UE precisa".
Cerca de 600 militantes, dirigentes e eleitos do partido participam no congresso extraordinário, que se realiza este domingo em Bona.
A CDU e o SPD governaram em coligação nos últimos quatro anos, mas, nas eleições legislativas de 24 de setembro, Schulz e a líder parlamentar social-democrata, Andrea Nahles, recusaram uma coligação com a CDU e optaram por ser oposição.
No entanto, depois de fracassarem as negociações da CDU com o Partido Liberal (FDP) e os Verdes, o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, também social-democrata, apelou à responsabilidade política de todos os partidos e, depois de se reunir com o chefe de Estado, Schulz consultou a direção do SPD e mudou de posição.