
Janez Jansa e José Sócrates
Epa
Os líderes da União Europeia debatem, no Conselho Europeu desta quinta-feira, as medidas apresentadas por Bruxelas para fazer face às subidas de preços dos alimentos e combustíveis, que têm sido alvo de protestos em vários países.
No caso dos combustíveis, o ponto de partida do debate prende-se com o facto de os aumentos verificados serem estruturais, não se prevendo que o petróleo volte a ser barato.
Os chefes de Estado e de Governo dos 27 deverão reforçar a importância da sustentabilidade dos biocombustíveis, nomeadamente com o desenvolvimento dos de segunda geração, sintetizados a partir de matérias-primas que não se destinam à alimentação.
O investimento nas energias renováveis e a promoção da eficiência energética são outros caminhos a seguir.
Quanto aos alimentos, a Comissão Europeia propõe aos 27 medidas de curto prazo, como o fim do pousio obrigatório nos campos destinados ao cultivo dos cereais, a suspensão das taxas sobre importação de cereais e o aumento das quotas de leite.
Já no médio e longo prazo, o debate sobre a reforma da Política Agrícola Comum (PAC), que será fechada na presidência francesa da UE, o estabelecimento de uma maior vigilância às cadeias de distribuição e o aumento das ajudas aos países em desenvolvimento estarão em análise.
Os líderes europeus vão ainda pedir à Comissão Europeia que apresente, na cimeira de 11 e 12 de Dezembro, um relatório sobre a monitorização dos desenvolvimentos dos preços do petróleo e dos alimentos na UE.
Entretanto, quanto ao petróleo, o primeiro-ministro português disse, esta quinta-feira em Bruxelas, que a Europa não pode continuar a depender como actualmente do petróleo e defendeu que a União deve pensar em alternativas, como automóveis movidos a energia eléctrica.
«A Europa deve ter um plano claro que lhe dê mais autonomia do preço do petróleo. Não é possível que todos os cidadãos dos países europeus aceitemos pagar este imposto adicional que os preços do petróleo lançam sobre as nossas economias», considerou.