Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia, reunidos em Bruxelas, chegaram a acordo sobre o pacote energético e climático até 2030, anunciou esta madrugada o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.
Corpo do artigo
O acordo sobre o "pacote energia-clima" fechado pelos 28 prevê metas vinculativas de redução das emissões de gases com efeito de estufa de 40% em relação ao nível de 1990 e de pelo menos 27% de incorporação de energias renováveis, até 2030.
O compromisso alcançado contempla ainda o objetivo indicativo de aumentar igualmente em pelo menos 27% a eficiência energética e 15% para as interconexões, com vista à criação um verdadeiro mercado de energia na União Europeia (UE).
Apesar dos objetivos agora estabelecidos não serem obrigatórios, ao contrário do que defendia Portugal, no final do encontro, o ainda presidente da Comissão Europeia, disse acreditar que o acordo é positivo para Portugal.
«As conclusões estão perfeitamente bem alinhadas, com compromissos calendarizados, com um mecanismo de seguimento que nunca vi para um objetivo destes, com a Comissão encarregada de apresentar regularmente os resultados. Isso está conseguido, e por isso só posso felicitar Portugal e o primeiro-ministro por este bom objetivo alcançado», declarou Durão Barroso.
Até aqui, tem existido um cenário de "estrangulamento" da rede, na fronteira da Península Ibérica com França. Durão Barroso sublinha que apesar do compromisso alcançado para a construção de infraestruturas para a exportação de energia para a Europa ser com metas indicativas, os interesses de Portugal e Espanha estão garantidos.
Questionado sobre a ausência do cariz vinculativo no acordo alcançado, Durão Barroso comentou que «houve uma discussão semântica» e «foi esta a via para o compromisso». Barroso espera que este acordo seja um novo passo para a independência energética da Europa e mude o cenário atual.
A Quercus, através da ambientalista Ana Rita Antunes, considera que o governo português soube defender os interesses do país. Ainda assim a associação lamentou que as metas definidas na quinta-feira pelos países da União Europeia para as áreas de energia e clima sejam insuficientes para evitar o aumento da temperatura global média da Terra.