França e Alemanha mostram-se disponíveis para retomar as negociações com o governo grego. A Rússia "teme consequências".
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François Hollande deixa um apelo, em jeito de conselho, ao governo grego. O presidente francês defende que, depois da falta de acordo, não deve haver uma quebra definitiva nas negociações entre a Grécia e os credores internacionais, sublinhando que o diálogo deve ser retomado o mais rapidamente possível.
"Desejo que o governo grego decida continuar as negociações. A França está sempre disponível para retomar o diálogo. Hoje, ainda há possibilidade de um acordo. Depois, vai depender da resposta do povo grego no referendo", diz François Hollande.
O chefe de Estado salienta ainda que "faltam poucas horas" para o fim do programa de assistência financeira à Grécia e que, nesse sentido, também os prazos para eventuais negociações são cada vez mais reduzidos.
Da Alemanha, também a disponibilidade para o diálogo, mas lado a lado com um repto: deve ser a Grécia a dar o primeiro passo.
Numa reunião com a CDU (União Democrata-Cristã), antes de falar no parlamento, Angela Merkel defendeu que, "dado o atual nível de incerteza", as decisões sobre a Grécia devem ser ponderadas diariamente.
A chanceler alemã adianta, no entanto, que também o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, é a favor de uma aproximação. Angela Merkel acrescenta ainda que a Europa "vive da capacidade de fazer compromissos" e que, caso perca essa capacidade, é todo continente europeu que está perdido.
Reações das últimas horas que também chegam de Moscovo, com a Rússia a mostrar-se preocupada com as eventuais "consequências da crise da dívida grega para o conjunto da União Europeia".
Ainda antes, também Luis De Guindos já tinha comentado um eventual "risco de contágio". O ministro espanhol da Economia afirma que a Espanha está "blindada" face a eventuais riscos, garantindo estar convencido de que a Grécia vai manter-se no euro, porque essa é "a melhor opção para a sociedade grega".
Luis De Guindos diz ainda que será muito mais difícil ajudar a Grécia se o programa de assistência terminar esta terça-feira e que o anúncio do referendo foi uma grande mudança nos termos da negociação.
Da China, a confiança na "capacidade e sabedoria" da União Europeia. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês reafirma ainda que a Grécia deve continuar na zona euro.