Liga Árabe apela a confronto «militar, político e ideológico» com o Estado Islâmico
O Secretário-Geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, apelou aos países árabes para enfrentarem «militarmente e politicamente» os "jihadistas" do Estado islâmico (EI), que controlam vastos territórios na Síria e do Iraque.
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O apelo foi emitido durante uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros árabes no Cairo, na sequência de uma conversa telefónica com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, sobre a formação de uma coligação internacional para derrotar o grupo "jihadista".
Al-Arabi apelou aos ministros para adotarem «decisões corajosas para enfrentar os fenómenos do terrorismo (...) que ameaçam a existência de certos Estados árabes».
Um diplomata da Liga precisou em declarações aos jornalistas que os ministros estavam a estudar a adoção de uma resolução sobre a forma de enfrentar o movimento "jihadista", de confissão sunita, e a «coordenação com os Estados Unidos no combate a este grupo terrorista».
Face à progressão do EI no norte iraquiano, que implicou centenas de milhares de deslocados e refugiados e uma ameaça direta ao Curdistão iraquiano, os Estados Unidos desencadearam a partir de 8 de agosto raides aéreos contra as suas posições, num apoio às forças curdas e federais, de predominância xiita.
Na sequência da posterior decapitação em duas semanas pelo EI de dois jornalistas norte-americanos raptados na Síria -- James Foley e Steven Sotloff --, e a ameaça de executar um refém britânico devido ao início dos ataques aéreos ocidentais, diversos responsáveis internacionais sublinharam a determinação em erradicar este grupo, acusado de violações, execuções, sequestros e perseguições.