As organizações instaram a ONU e a comunidade internacional a agir "antes que seja demasiado tarde".
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A Liga Árabe e a União Africana advertiram este domingo contra "um genocídio sem precedentes" na Faixa de Gaza, se Israel cumprir a sua ameaça e lançar uma ofensiva terrestre no território palestiniano controlado pelo movimento islamita Hamas.
Os principais responsáveis de ambas as organizações instaram as Nações Unidas e o conjunto da comunidade internacional a tomar medidas para impedir o que preveem será "uma catástrofe", "antes que seja demasiado tarde", num comunicado conjunto hoje divulgado.
A Liga Árabe e a União Africana estão de acordo quanto à sua "preocupação" com o ultimato israelita à parte norte da Faixa de Gaza, que implica a deslocação forçada de mais de um milhão de pessoas, por considerarem que constitui uma violação do direito internacional.
Apelaram, por isso, para um cessar "imediato" dos ataques e para uma coordenação internacional com o objetivo de fazer entrar "urgentemente" a ajuda humanitária na Faixa de Gaza, um território palestiniano pobre onde vivem mais de dois milhões de pessoas.
Recordaram também que "a única garantia de segurança" a longo prazo para o conjunto da região do Médio Oriente continua a ser a solução de dois Estados em coexistência pacífica, um israelita e outro palestiniano.
Israel encontra-se em alerta máximo desde 7 de outubro, quando combatentes palestinianos do movimento islamita Hamas atacaram o sul do país em várias frentes a partir da Faixa de Gaza, matando mais de 1400 pessoas, na maioria civis, e capturando outras 155, mantidas em cativeiro em Gaza e algumas delas entretanto mortas - segundo o Hamas, pelos bombardeamentos israelitas.
Tratou-se de uma ofensiva apoiada pelo grupo xiita libanês Hezbollah e pelo ramo palestiniano da Jihad Islâmica.
A forte retaliação israelita matou até agora mais de 2.670 pessoas, incluindo mais de 700 crianças, e feriu pelo menos 9.600 na Faixa de Gaza, enclave palestiniano desde 2007 controlado pelo Hamas, grupo classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por Israel.
Israel, que impôs um cerco total a Gaza, cortando o abastecimento de água, combustível e eletricidade, e planeia uma ofensiva maciça ao norte daquele território palestiniano, emitiu um ultimato para a população civil (cerca de 1,1 milhões de pessoas) o abandonar e dirigir-se para o sul - uma deslocação forçada que originou protestos da comunidade internacional e que a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que, para os grupos mais fragilizados, poderá "equivaler a uma sentença de morte".