A missão de observadores da Liga Árabe na Síria constatou que a violência continua no país e que as forças militares permanecem destacadas nas cidades, de acordo com um relatório preliminar.
Corpo do artigo
Fontes diplomáticas, que tiveram acesso ao documento, disseram à agência noticiosa espanhola EFE que o relatório regista a presença de veículos do exército na maioria das cidades visitadas pelos observadores, que afirmam ter visto cadáveres nas ruas.
A oposição e o governo acusam-se mutuamente da autoria dos assassínios, segundo a delegação.
O documento aconselhou que a missão prossiga o trabalho, apoiada pelo «número suficiente» de observadores e por «equipamento moderno» para ter êxito.
A delegação conta actualmente com 163 observadores e é dirigida pelo general sudanês Mohammed Ahmed Mustapha al-Dabi, que apresentou hoje o relatório preliminar ao grupo de contacto para a Síria da Liga Árabe.
Na Síria desde 26 de Dezembro, a equipa de observadores denunciou «o assédio» que sofreu tanto da parte governamental como da oposição como a convencer das respectivas posições e apelou para uma maior liberdade de movimentos.
A missão indicou ainda ignorar o paradeiro de alguns detidos e ter dificuldade em informar os «media», sobretudo os contrários ao regime, adiantando que as televisões árabes por satélite Al-Jazira e Al-Arabiya estão oficialmente proibidas de entrar na Síria.
Tendo em conta que a repressão do regime do presidente Bashar al-Assad, que causou mais de 5.000 mortos em nove meses segundo a ONU, não dá mostras de abrandar, são muitos, sobretudo na oposição síria, os que criticam a missão e defendem que a Liga Árabe deve transferir o dossier para o Conselho de Segurança das Nações Unidas.