Lista é dominada por homens. Portugal entre as exceções na nomeação de comissárias europeias
Os governos europeus não correspondem ao pedido de uma comissão equilibrada entre homens e mulheres. Portugal está entre as sete exceções
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Termina esta sexta-feira o prazo indicativo dado por Ursula von der Leyen para os governos apresentarem as suas propostas de candidatos a comissários europeus. Até agora, são conhecidos 24 nomes.
Com uma lista composta, até agora, por 17 homens e apenas sete mulheres, a ambição de Ursula von der Leyen de constituir um colégio com um número equiparado de homens e mulheres desvanece-se cada vez mais.
Esta semana, o Governo português propôs a antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, como futura comissária. Em Bruxelas, admite-se que o perfil e o currículo de Maria Luís Albuquerque poderiam encaixar-se nas pastas económicas e financeiras. Fontes ouvidas pela TSF, consideraram cedo para antecipar o desfecho de uma decisão que, embora possa ser negociada, cabe à presidente da Comissão Europeia.
Alguns Estados-membros, como a Finlândia ou os Países Baixos, já manifestaram abertamente o interesse numa pasta económica. E Itália, que ainda não apresentou um nome para futuro comissário, exige um portfólio que reflita o estatuto de um país fundador, sendo simultaneamente a terceira maior economia na União Europeia.
Cinco dos comissários do primeiro colégio de Ursula von der Leyen transitam para a futura composição do executivo comunitário. Entre os comissários que vão manter-se no edifício Berlaymont, sede da Comissão Europeia, figuram Valdis Dombrovskis, da Letónia, atualmente vice-presidente com as pastas económicas, e o francês Thierry Breton, comissário da Indústria e Mercado Interno, que foi crucial na resposta europeia à falta de componentes críticos durante a pandemia e, mais recentemente, a fazer um levantamento das carências da indústria europeia de defesa. Ambos são personalidades de alto perfil político e com um currículo consolidado a nível europeu, sendo, por isso, fortes candidatos a pastas relevantes.
A croata Dubravka Šuica, atualmente Comissária Europeia para a Democracia e Demografia, o húngaro Olivér Várhelyi, Comissário Europeu para o Alargamento e Política de Vizinhança, e o eslovaco Maroš Šefčovič, vice-presidente executivo da Comissão Europeia para o Pacto Ecológico Europeu e vice-presidente da Comissão para as Relações Interinstitucionais, também seguirão para o novo executivo. A alemã Ursula von der Leyen manter-se-á como presidente do executivo.
Nos próximos cinco anos, a comissão tem de preparar o quadro financeiro que estará em vigor entre 2028 e 2034, e tem de contribuir para o relançamento da indústria europeia de defesa.
No mais recente discurso perante o Parlamento Europeu, ainda antes da pausa de agosto, Ursula von der Leyen prometeu criar novas pastas de comissários, uma para acompanhar a região do Mediterrâneo e outra dedicada à habitação.
Espera-se que a presidente mantenha a estrutura de dois níveis no colégio, com pastas mais fortes para os vice-presidentes, que coordenarão o trabalho dos comissários.
Em julho, após a sua reeleição como presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen expressou a sua ambição de liderar um colégio “equilibrado” em termos de género.
“Pedirei aos líderes que apresentem os seus candidatos. Tal como fiz da última vez, escreverei uma carta e pedirei a proposta de um homem e uma mulher como candidatos”, afirmou a presidente da Comissão Europeia.
“Vou procurar uma partilha igual de homens e mulheres na mesa da Comissão”, afirmou, antecipando que “a nova equipa irá preparar-se para passar com sucesso as audições no Parlamento”.
Sem instrumentos formais para impor aos Estados-Membros a nomeação de um Colégio paritário, admite-se em Bruxelas que von der Leyen possa privilegiar os Estados que apresentaram candidatas, atribuindo-lhes pastas mais relevantes, eventualmente vice-presidências.
Segundo a lista divulgada pelo site Politico, ainda faltam conhecer os nomes propostos pela Bélgica, Bulgária e Itália.
- <p><b>Alemanha</b> - Ursula von der Leyen. Presidente da Comissão Europeia.</p>
- <p><b>Áustria</b> - Magnus Brunner. Ministro das Finanças da Áustria.</p>
- <p><b>Bélgica</b> - [Desconhecido].</p>
- <p><b>Bulgária</b> - [Desconhecido].</p>
- <p><b>Chipre</b> - Costas Kadis. Reitor Interino da Escola de Ciências da Saúde na Universidade Frederick em Chipre (ex-Ministro da Saúde, Educação e Cultura, Agricultura e Ambiente de Chipre).</p>
- <p><b>Croácia</b> - Dubravka Šuica. Comissária Europeia para a Democracia e Demografia.</p>
- <p><b>Dinamarca</b> - Dan Jørgensen. Ministro da Cooperação para o Desenvolvimento e Política Climática Global.</p>
- <p><b>Eslováquia</b> - Maroš Šefčovič. Vice-Presidente Executivo da Comissão Europeia para o Pacto Ecológico Europeu/Vice-Presidente da Comissão para as Relações Interinstitucionais.</p>
- <p><b>Eslovénia</b> - Tomaž Vesel. Advogado, ex-Presidente do Tribunal de Contas da Eslovênia.</p>
- <p><b>Espanha</b> - Teresa Ribera. Vice-Primeira Ministra de Espanha e Ministra para a Transição Ecológica.</p>
- <p><b>Estônia</b> - Kaja Kallas. Ex-Primeira Ministra da Estônia (renunciou em julho após ser escolhida pelos líderes da UE como próxima chefe da política externa do bloco).</p>
- <p><b>Finlândia</b> - Henna Virkkunen. Membro do Parlamento Europeu.</p>
- <p><b>França</b> - Thierry Breton. Comissário Europeu para o Mercado Interno e Serviços.</p>
- <p><b>Grécia</b> - Apostolos Tzitzikostas. Governador da Macedônia Central.</p>
- <p><b>Hungria</b> - Olivér Várhelyi. Comissário Europeu para o Alargamento e Vizinhança.</p>
- <p><b>Irlanda</b> - Michael McGrath. Ministro das Finanças da Irlanda.</p>
- <p><b>Itália</b> - [Desconhecido].</p>
- <p><b>Letónia</b> - Valdis Dombrovskis. Vice-Presidente Executivo da Comissão Europeia para uma Economia que Funcione para as Pessoas/Comissário Europeu para o Comércio.</p>
- <p><b>Lituânia</b> - Andrius Kubilius. Membro do Parlamento Europeu.</p>
- <p><b>Luxemburgo</b> - Christophe Hansen. Membro do Parlamento Europeu.</p>
- <p><b>Malta</b> - Glenn Micallef. Conselheiro do Primeiro-Ministro de Malta para Assuntos da UE, depois de atuar como "sherpa" de Abela por quatro anos.</p>
- <p><b>Países Baixos</b> - Wopke Hoekstra. Comissário Europeu para Ação Climática.</p>
- <p><b>Polónia</b> - Piotr Serafin. Embaixador da Polónia na UE.</p>
- <p><b>Portugal</b> - Maria Luís Albuquerque. Membro do conselho de supervisão do Morgan Stanley Europe e dos conselhos consultivos de várias universidades portuguesas. Também é membro do Conselho Nacional do Partido Social Democrata Português.</p>
- <p><b>Roménia</b> - Victor Negrescu. Vice-Presidente do Parlamento Europeu.</p>
- <p><b>República Checa</b> - Jozef Síkela. Ministro da Indústria e Comércio da República Checa.</p>
- <p><b>Suécia</b> - Jessika Roswall. Ministra dos Assuntos da UE da Suécia.</p>