Tentou uma, tentou duas... e à terceira foi de vez. Doze anos depois de concorrer pela primeira vez à presidência do México, Andrés Manuel López Obrador recebe este sábado, finalmente, a faixa presidencial.
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Nas eleições de 1 de julho passado, o candidato do Movimento de Regeneração Nacional (Morena) arrebatou 53% dos votos. Com os partidos aliados, controla a maioria do Congresso e do Senado. Assume este sábado o poder com mais de 55% de popularidade.
López Obrador não pode falhar, dizem os entendidos. E assim pensam os mexicanos. Aos 65 anos, é o Presidente mais votado na história do país. Foram 30 milhões de votos de quem acredita que só este dirigente de esquerda os poderá salvar da pobreza, violência e corrupção.
Nos cinco meses de transição política, o antigo líder social confrontou abertamente os poderes tradicionais. Anunciou a reforma do setor mineiro, petroleiro, bancário. E decretou um plano rigoroso de austeridade. Garante que os pobres serão a prioridade máxima e a justiça social, uma missão.
No meio de controvérsia, comunicou a criação de uma Guarda Nacional militarizada. Cancelou também a milionária construção do Novo Aeroporto da Cidade do México, depois de uma consulta nacional em que os mexicanos se opuseram ao projeto.
Esguio como o peixe-lagarto que lhe deu a alcunha de "Peje", o presidente eleito acaba de agendar um novo referendo. Em março de 2019, os mexicanos vão decidir se os ex-presidentes do país serão investigados por eventuais atos de corrupção.
Os empresários e políticos do velho regime estão agora à beira de um ataque de nervos. Dizem que López Obrador é populista, autoritário, messiânico. Um lobo conservador com pele de cordeiro progressista. A todos, o novo Presidente diz que é bom irem-se habituando.
López Obrador prometeu uma mudança radical, a chamada Quarta Transformação. A expectativa é alta, talvez demasiada. Esse será o grande peso de "Peje" nos próximos seis anos.
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