Com a voz rouca de tanto lutar contra a destituição, Lula da Silva explica a apoiantes que até à hora da votação não pode parar. Há votos que parecem garantidos, mas podem passar para o outro lado.
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Lula da Silva promete lutar por Dilma Rousseff até ao último minuto. Esta tarde, num curto encontro com apoiantes do Partidos dos Trabalhadores, explicou o sobe desce dos votos recorrendo à bolsa de valores como exemplo.
Dilma precisa de cento e setenta e dois votos para não ser destituída. Mas Lula sublinha que a incerteza é tal que o voto que num minuto parece garantido, logo a seguir pode passar para o outro lado.
Lula da Silva na rua, Dilma Rousseff no gabinete
A Presidente tem estado em reuniões sucessivas com as lideranças parlamentares. Trata-se do derradeiro esforço do PT para tentar contrariar a destituição em que incorre Dilma Rousseff caso a votação de domingo venha a passar uma maioria a favor. Para isso são precisos 342 votos.
Em Brasília, na tribuna da câmara baixa do Parlamento, sucedem-se há mais de trinta horas as intervenções pró e contra Dilma. Pelos últimos números da imprensa brasileira, há 346 deputados a favor da destituição e 133 contra. No entanto, no "Placard do Impeachment", como lhe chama o jornal Estadão, há opiniões que por vezes saltam de um lado para o outro da barricada.
Oposição vai apresentar queixa-crime contra Dilma e Lula por compra de deputados
Alguns partidos da oposição brasileira anunciaram que irão ainda este sábado à Polícia Federal para apresentar uma queixa-crime contra a Presidente Dilma Rousseff, e o seu antecessor, Lula da Silva, por alegada compra de deputados.
O Partido Socialista (PS), os Democratas (DEM), o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o Partido Social Cristão (PSC) acusam ainda o Governo de corrupção ativa e corrupção passiva.
Os partidos indicam como provas desses crimes a oferta de cargos e nomeações publicadas no Diário Oficial da União nos últimos dias e a atuação nas negociações de ministros, dos governadores dos estados de Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí e Bahia, além do ex-presidente Lula da Silva, escreve o jornal Estado de São Paulo.
"O Diário Oficial amanheceu recheado de nomeações. Isso é a utilização abusiva da máquina pública para tentar reverter o processo de 'impeachment'", denunciou o líder do DEM, Pauderney Avelino.