A Presidente do Brasil já confirmou que o ex-chefe de Estado será ministro Chefe da Casa Civil.
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Em comunicado, o gabinete de Dilma Rousseff confirmou que Lula da Silva vai substituir Jaques Wagner como ministro de Estado Chefe da Casa Civil.
Wagner passará a ser chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República.
Os pormenores da entrada de Lula da Silva para o governo foram acertados numa reunião esta quarta-feira, no Palácio da Alvorada.
Depois de ontem, terça-feira, Lula ter pedido a Dilma mais tempo para pensar, hoje, na derradeira cartada da Presidente para evitar o impeachement, o antigo chefe de Estado aceitou o convite.
Segundo a Folha de São Paulo, a nomeação de Lula deverá ser acompanhada pela entrada no governo de uma equipa, uma condição exigida pelo antigo chefe de Estado brasileiro. Para Lula da Silva, a sua entrada no governo, por si só, não trará qualquer mudança se não for acompanhada por outros nomes.
Entre os nomes que Lula da Silva gostaria de levar para o Governo está o de Celso Amorim para as Relações Exteriores, avança o jornal.
Chegando a ministro, e mesmo estando a ser investigado no âmbito da Operação Lava Jato, Lula terá um estatuto especial e a sua prisão terá de ser autorizada pelo Supremo Tribunal Federal. No caso dos seus filhos, é provável que o Ministério Público Federal continue com as suas investigações.
Um erro, diz antigo presidente
O ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso já considerou que a nomeação de Lula para ministro da Casa Civil é "um erro do ponto de vista da organização do Governo".
"Por aí não vai. A Casa Civil é o comando da máquina administrativa do Governo. Se nomear um político para o comando da Casa Civil vai se fazer confusão entre política e administração", afirmou Fernando Henrique Cardoso acrescentando que, com a nomeação de Lula, o Brasil não vai sair "desse círculo que é a causa de todos males".
"Uma contribuição muito grande"
De passagem por Lisboa, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira defendeu que Lula da Silva tem muito a dar ao governo de Dilma.
"Ele é um personagem político muito querido e tem uma contribuição muito grande a dar ao Governo, seja formalmente, como membro do gabinete da Presidente Dilma Rousseff, seja na sua atividade privada, na direção do seu instituto, como ele tem feito até agora".
Mauro Vieira considerou que Lula reúne "um grande apoio da população" e "como qualquer cidadão brasileiro, enfrentará qualquer desafio que surja do ponto de vista legal ou político".
Mauro Vieira está em Portugal para participar na reunião extraordinária do Conselho de Ministros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre na quinta-feira.