Lula da Silva terá falado com Passos Coelho sobre privatização da Empresa Geral de Fomento
Lula da Silva terá falado com o primeiro ministro português para que tivesse atenção aos interesses da construtora Odebrecht, no processo de privatização da Empresa Geral de Fomento portuguesa. Um dado que o jornal "O Globo" dá como certo.
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O jornal brasileiro cita telegramas diplomáticos, trocados entre Brasília e a embaixada brasileira em Portugal, "O Globo" escreve que a conversa se deu em privado e que a informação oficial sobre o encontro, que aconteceu a 24 de abril de 2014, referiu que Lula e Passos Coelho teriam "falado apenas da situação económica mundial e da Copa no Brasil".
O caso remonta ao inicio a 2014 quando o governo português iniciou o processo para privatizar a EGF que veio a ser concluído ainda em Novembro do ano passado e do qual falou o antigo presidente brasileiro numa entrevista dada na primavera à RTP. Lula da Silva defendia então que o Brasil se devia comprometer mais ativamente na aquisição de bens estatais portugueses.
Ainda de acordo com "O Globo", o embaixador brasileiro em Lisboa, terá confirmado que Lula terá reforçado este interesse da construtora junto do primeiro ministro português e que Pedro Passos Coelho terá reagido de forma positiva ao desafio do ex-presidente do Brasil.
Lula da Silva tem argumentado que a sua relação com a maior construtora do Brasil, a Odebrecht, limitou-se à sua contratação para proferir palestras. A empresa nega também ter usado o ex-presidente brasileiro para ter vantagens para negócios.
Mas o Globo garante que os documentos agora conhecidos revelam que a relação de Lula com a empresa é de grande intimidade, tal como sustenta a investigação que recai sobre Lula da Silva sobre suspeita de crime de "tráfico de influência em transações comerciais internacionais", a favor da construtora.
Para a lei brasileira, é crime "solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, de forma direta ou indireta, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influenciar em ato praticado por funcionário público em exercício de funções, qualquer transação comercial internacional".