Machete aponta terrorismo e conflitos como «problemas mais prementes» dos direitos humanos
O ministro dos Negócios Estrangeiros congratulou-se com a eleição de Portugal para o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, para um mandato de três anos, com 184 dos 186 votos expressos.
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No final da votação, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete declarou à Rádio ONU estar «muito contente e muito satisfeito» com a eleição.
O governante dirigiu um agradecimento à Assembleia Geral da ONU, considerando que a eleição «confirma o trabalho, dedicação e interesse» de Portugal, particularmente na área dos direitos humanos.
Rui Machete destacou que Portugal foi «o país mais votado» no seu grupo - Europa Ocidental e outros -, registando-se apenas duas abstenções. A Holanda, o outro país candidato neste grupo, alcançou 172 votos.
Em declarações à Lusa, fonte oficial do ministério dos Negócios Estrangeiros destacou que nunca antes um país dentro deste grupo obtivera «uma votação tão expressiva» na eleição para este órgão das Nações Unidas, que funciona desde 2007.
«Tudo isso confirma que estamos a fazer um trabalho que é apreciado e que a nossa propensão para o diálogo e entendimento e a maneira construtiva como nos temos comportado têm sido apreciadas pelas Nações Unidas», considerou.
O chefe da diplomacia portuguesa garantiu que Portugal continuará empenhado numa «política de multilateralismo, que procura encontrar consensos e construir pontes» e quer ajudar os países a aplicar os direitos humanos na prática.
«Estamos profundamente empenhados no aprofundamento dos direitos humanos, não basta serem consignados nos documentos, mas carecem depois de desenvolvimentos e de aprofundamentos e de serem interiorizados. Estamos dispostos a dar uma ajuda no sentido de que os diversos países pratiquem os direitos humanos, que não se limitem a consagrá-los».
Quanto aos «problemas mais prementes do momento» que merecerão a atenção do CDH, Rui Machete apontou o terrorismo internacional, «que hoje é particularmente grave, com a questão do ISIS [Estado Islâmico do Iraque e da Síria, na sigla em inglês]», e os conflitos em África e no Médio Oriente.
O ministro salientou ainda que o trabalho deve ser desenvolvido «em equipa» e envolver por todos os países que integram o Conselho.