Depois da derrota do seu partido Renascença, nas eleições europeias de domingo, e após ter dissolvido a Assembleia Nacional e convocar novas eleições, o Presidente francês lançou a batalha da campanha para as legislativas antecipadas
Corpo do artigo
Emmanuel Macron quer conquistar todos os franceses que não se quiserem juntar aos partidos extremistas e os eleitores que não querem alianças "contranatura" e foi claro: não se vai demitir.
De pé atrás de uma mesa, o Presidente francês mostrou-se confiante na decisão de convocar novas eleições. Para Emmanuel Macron, as coisas são simples: "as máscaras caem e a luta dos valores vêm à superfície. Esta é uma prova que vai revelar as verdades."
Macron quer retomar o controlo e a mensagem foi clara, independentemente dos resultados, não se vai demitir: "A eleição dirigida a uma pessoa na quinta República diz respeito aos presidentes de câmaras e ao Presidente da República. Houve uma eleição em 2022 que me atribuiu funções durante cinco anos e essa eleição foi clara. Tenho ouvido todos os rumores dos últimos dias e não me vou demitir. Isso não passa de um rumor, é absurdo. Acredito na força das nossas instituições. Por duas vezes, os eleitores franceses votam em mim, por isso não deve ser tão terrível como alguns descrevem", respondeu o Presidente francês.
O chefe de Estado critica a extrema-direita, a extrema-esquerda e condena o pacto com o diabo do líder d'Os Republicano, Eric Ciotti, que esta terça-feira apelou a uma aliança com a União Nacional, de Marine Le Pen.
"Quanto às reformas, será que alguma vez o senhor Ciotti vai governar com o senhor Bardella que promete, nos últimos anos, aos franceses e às francesas - junto da senhora Le Pen - uma reforma das pensões aos 60 ou 62 anos? Estas alianças não passam de remendos de aparelhos políticos e em nenhum caso de maiorias que consigo governar", acrescentou Emmanuel Macron.
Para tentar conquistar os insatisfeitos da direita, o Presidente francês propõe uma federação de projetos, defende as reformas que tem conduzido até agora e apela à esquerda que não se queira aliar à febre extremista para se juntar a ele: "Apelo às pessoas do partido comunista, d’os verdes, do partido socialista... Nas últimas 24 horas pensei muito no Léon Blum, porque se há um que anda às voltas no caixão é ele, ao pensar que chamaram frente popular a uma aliança eleitoral que pode permitir dar 300 círculos eleitorais ao partido da França Insubmissa", concluiu.
Emmanuel Macron admitiu não ter dado uma resposta suficientemente forte às preocupações dos franceses, garantiu que não vai debater com Marine Le Pen e não vai fazer campanha para as legislativas, apesar de ter sido a impressão que deixou durante a conferência de imprensa, desta quarta-feira, que durou uma hora e meia.
