Macron condena "exploração inaceitável da morte de um adolescente", mas não decreta estado de emergência
O Presidente francês apelou aos pais que mantenham os jovens fora das ruas e anunciou um reforço de meios.
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O Presidente francês, Emmanuel Macron, decidiu não instaurar o estado de emergência no país para restabelecer a ordem após a vaga de protestos dos últimos dias, desencadeadas pela morte de um adolescente baleado pela polícia em Nanterre.
Em declarações ao país depois de uma reunião do conselho de emergência, Macron condenou a "exploração inaceitável da morte de um adolescente" com atos de violência, além de "mimetismo da violência" de muitos que aproveitam os protestos para espalhar o caos e a desordem.
O Presidente francês anunciou um reforço das forças policiais nas ruas e apelou aos pais que mantenham os jovens fora das ruas. "É responsabilidade dos pais mantê-los em casa. Não é trabalho do Estado agir no seu lugar", defendeu.
Macron apelou ainda aos responsáveis de redes sociais que removam "conteúdos sensível" relacionado com os tumultos.
Só na última das três noites consecutivas de violência foram detidas mais de 875 pessoas, um terço das quais eram "jovens ou muito jovens", segundo o Presidente francês. Ainda cerca de 200 polícias ficaram feridos.
A oposição tinha apelado ao Governo que adotasse o estado de emergência, que implica dar mais poder às forças de segurança e restringir as liberdades. A última vez que a França declarou esta medida de exceção foi em novembro de 2015, na sequência dos atentados jihadistas em Paris.
A morte do jovem Nahel, num controlo de trânsito na terça-feira, captado pelas câmaras de vigilância, está na origem dos protestos. Os confrontos contra as forças de segurança surgiram logo na noite de terça-feira em Nanterre e, na madrugada de quinta-feira, foram danificados edifícios públicos e queimados carros.
O agente da polícia suspeito da morte do jovem, acusado de homicídio, foi detido e vai ficar em prisão preventiva.