Presidente francês promete envolver-se para "procurar uma solução política para o conflito na Ucrânia".
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O presidente francês promete o envolvimento de França, em conjunto com a Alemanha, para que seja encontrada uma via pacífica para a tensão na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia.
Emmanuel Macron deixou a promessa esta manhã, na apresentação aos eurodeputados, em Estrasburgo, das propostas da presidência francesa para governar o semestre na União Europeia.
"Continuaremos, em conjunto com a Alemanha, no quadro do Formato Normandia e procurar uma solução política para o conflito na Ucrânia, que se mantém como o único gerador das tensões actuais", prometeu o chefe de Estado, reconhecendo que a capacidade de diálogo da União depende daquilo que for feito internamente, nomeadamente em matéria de política de segurança e defesa.
"A Europa deve construir uma ordem de segurança colectiva sobre o nosso continente", defendeu, afirmando que "a segurança do nosso continente necessita de um rearmamento estratégico da nossa Europa, como força de equilíbrio, em particular no diálogo com a Rússia".
"Devemos, nós, Europeus, colocarmos colectivamente as nossas exigências, e colocarmos-nos em condições de as fazer respeitar", vincou o chefe de Estado, considerando que deve haver "um diálogo franco, exigente face às desestabilizações, ingerências, e às manipulações.
Internamente, Macron defendeu o respeito pelos princípios fundadores da União Europeia e criticou as violações ao Estado de Direito, que classificou como "o tesouro" da União Europeia.
"O fim do estado de direito é o reino do arbitrário, é um sinal do regresso aos regimes autoritários, à gaguez da nossa história", alertou.
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Aborto e clima
Emmanuel Macron manifestou "o desejo" de que os 27 ajudem "consolidar os valores que fazem a unidade, o orgulho e a força".
"Vinte anos após a nossa carta de direitos fundamentais, que consagrou a abolição da pena de morte em toda a União, desejo que possamos actualizar essa carta, para que seja mais explícita sobre a protecção do ambiente, ou o reconhecimento do direito ao aborto", defendeu.
O dado curioso na afirmação de Macron é que ela surge um dia depois da eleição e entrada em funções da nova presidente do Parlamento Europeu, que assume uma posição contra o aborto, que é prática proibida em Malta, o seu país de origem.
Metsola tem sido criticada nas últimas semanas, ao defender uma posição contrária à tendência na União Europeia, e, em particular, àquela que defende a instituição que passou a presidir.
Mas, a nova presidente prometeu no âmbito das suas seguir a posição do Parlamento Europeu.
"A minha posição a partir de agora é a posição do Parlamento", garantiu, lembrando que "nesta matéria, de direitos sexuais e reprodutivos, este Parlamento sempre foi inequívoco, sempre defendeu um reforço desses direitos".
"Posso comprometer-me perante todos vós que será também a minha posição, como já o fiz enquanto vice-presidente", afirmou numa conferência com jornalistas, comprometendo-se a "promover essas posições não só dentro desta casa como junto das outras instituições".